Jean Jaurès (1859-1914) foi um líder pacifista francês dedicado à causa humanista. Foi intelectual, filósofo, professor, deputado republicano e lutou até o fim da sua vida para evitar que os assuntos pendentes na Europa e no mundo fossem resolvidos pela forças das armas, naquilo que hoje chamamos de Primeira Grande Guerra Mundial.
O G20 terminou e talvez tenhamos assistido a um dos últimos eventos desta natureza nesta época que vai se despedindo. O mundo assiste atônito à escalada militar sem precedentes. Joe Biden e os democratas americanos, que elegeram com um forte apelo popular a dupla Obama e o próprio Biden, acabam de sofrer a sua mais dura derrota. Vale lembrar que venceram sob o lema afirmativo que apelava ao poder popular: “Yes, we can!”
Foram eles mesmos, os norte-americanos, que pouco a pouco traíram as suas promessas de uma nova liderança mundial, quando sinalizaram para mudanças na sua governança. Obama bem que tentou e sinalizou para reformas na ONU e em seus orgãos financeiros. O Congresso, de maioria republicana, detonou tais aspirações, vetando qualquer esperança para uma nova ordem mundial. Quando Obama viu ruir as suas expectativas reformistas, retornou a uma política externa tradicional e que foi piorando ano a ano.
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Ordens sociais assim tão injustas costumam ter fins trágicos. A Primeira Guerra Mundial exterminou de uma vez quatro impérios. Um deles, o russo, foi revirado pelo avesso. Os Estados Unidos e parte da Europa que comandaram o globo, criaram um mundo tão próspero para si e tão trágico para os países periféricos, que hoje assistem a uma invasão de suas fronteiras pelos deserdados da terra, como resultado da rebelião crescente na periferia do sistema.
A cada criação disruptiva do mercado, explode um novo conflito em alguma parte do mundo.O G20, bem ao estilo Lula e do Itamaraty, se consagrou com uma nota final que fala do combate à fome, de reforma institucional da governança mundial e de um desenvolvimento menos agressivo ao meio ambiente.
Até Javier Milei assinou o documento final, que menciona a tributação dos super-ricos. É uma boa declaração de boas intenções, mas o realismo geopolítico sinaliza que nada ali será cumprido. A agonia do mundo aparentemente passou do ponto de resfriamento gradual. Quando seres humanos naturalizam a barbárie como o genocídio palestino e agora libanês, tentativas de assassinato e algumas guerras em escalada cada vez mais preocupantes, não existem remendos a fazer.
Os tecidos social e geopolítico estão prestes a se romper. Biden com a liberação das armas de longo alcance para a Ucrânia e Putin retaliando com mísseis balísticos intercontinentais na semana passada foram dois passos mais numa escalada sem fim a um novo conflito mundial.
Jaurés foi ícone na luta pela paz. Certa vez, declarou: “O capitalismo traz a guerra como a nuvem traz a tempestade”. O capitalismo, como sabemos, faz tempo que morreu. Socialistas como Jaurès também. Em 31 de julho de 1914, foi assassinado a caminho de seu jornal, o L’Humanitè. Um mês antes também havia sido assassinado o arquiduque Francisco Ferdinando, em Sarajevo. Da paz à guerra, em um mês. O G20 acabou. Com ele se vão algumas esperanças. Assassinatos e mortes andam na ordem do dia. Por sorte, dizem que a história não se repete. Assim esperamos. Mas fica a pergunta...
Candido Portinari
A pedido da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, Tadeu Martins Leite (MDB), presidente da Assembleia Legislativa entregará o título de cidadão honorário de Minas Gerais a João Candido Portinari. Filho único do pintor Candido Portinari (1903-62), matemático, doutor em engenharia de telecomunicações pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e um dos fundadores do Departamento de Matemática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), do qual foi diretor (1968-1970), João Candido Portinari concebeu e implantou o Projeto Portinari, do qual é diretor-geral. Trata-se de um trabalho universitário que já recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, de equipe multidisciplinar para o levantamento, catalogação, pesquisa e disponibilização de um vasto acervo documental sobre a obra, vida e época do pintor Candido Portinari.
Sessão solene
A sessão solene na Assembleia Legislativa que conferirá a honraria a João Candido Portinari será em 2 de dezembro, às 19h. Na ocasião, ele discorrerá sobre as obras do pintor em Minas Gerais. Internacionalmente consagrado, em especial pelos painéis “Guerra e paz”, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), Portinari deixou um legado importante em Minas, estimado em cerca de 300 obras em coleções privadas e em equipamentos públicos.Entre eles a Igrejinha da Pampulha, no Pampulha Iate Clube (PIC), no Iate Tênis Clube; no Palácio dos Despachos; e em Juiz de Fora e Cataguases, na Zona da Mata. Pintado há 74 anos no Colégio Cataguases – atual Escola Estadual Manuel Inácio Peixoto, em Cataguases, o painel Tiradentes, de 18m de comprimento por 3m de altura, está hoje no Memorial da América Latina, em São Paulo. Em 1975, o painel foi adquirido pelo governo paulista.
Solenidade concorrida
Além da ministra Cármen Lúcia, já confirmaram presença na sessão que homenageará João Candidato Portinari o presidente do TJMG, Correa Júnior; o vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Durval Ângelo; a desembargadora do Tribunal Regional Federal (TRF), Monica Sifuentes, o prefeito reeleito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, entre outras autoridades, intelectuais e artistas que admiravam a obra de Candido Portinari.
TCE
A eleição para a presidência do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) do conselheiro Durval Angelo será em janeiro. A posse deverá ser em 13 de fevereiro.
Efeito colateral
As dores que tem sentido nas pernas e a rouquidão são efeitos colaterais esperados, decorrentes do tratamento contra o câncer no sistema linfático, a que se submeteu o prefeito reeleito de BH, Fuad Noman (PSD), segundo informam interlocutores do círculo médico que o acompanha. Com as pernas inchadas em consequência da ingestão de corticoides e depois de sentir dores na madrugada, a equipe médica de Fuad Noman entendeu ser a internação uma alternativa para que lhe ministrassem analgésicos.
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Anel Rodoviário
Desde que terminou o segundo turno, apesar da recomendação médica, por conta de uma agenda pós-eleitoral repleta de compromissos, Fuad Noman tirou apenas o feriado prolongado de 15 de novembro para descansar. Na quinta-feira (21/11), ele se reuniu com o secretariado para discutir a municipalização do Anel Rodoviário, que já no início de 2025 será assumido pela PB, inclusive com custos operacionais. Além de orientações nesse sentido, Fuad mencionou a criação de uma diretoria específica para a tarefa, provavelmente vinculada à nova Secretaria Municipal de Mobilidade. Nesta sexta (22/11), ele recebeu em casa o secretário de Estado da Cultura, Leônidas de Oliveira, que foi conversar sobre o carnaval de BH.