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Bertha Maakaroun
Bertha Maakaroun
Jornalista, pesquisadora e doutora em Ciência Política
ENTREVISTA ÁLVARO DAMIÃO

"A primeira votação da base é no dia 1º de janeiro"

Confira a entrevista com Álvaro Damião, Secretário de Governo da PBH e vice-prefeito eleito

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Com a delegação de Fuad Noman (PSD) para assumir toda a articulação política do governo, nesta sexta-feira o vice-prefeito eleito Álvaro Damião (União) foi nomeado secretário municipal de Governo, em substituição a Anselmo José Domingos.
 
Em campanha pelo vereador Juliano Lopes (Podemos) para a presidência da Câmara Municipal, os interesses de Anselmo entraram em choque com o projeto político de Fuad e Damião, que apoiam a candidatura de Bruno Miranda (PDT), líder do prefeito na Câmara Municipal.
 
 

Ao exonerar Anselmo,  o prefeito demonstrou claramente quem fala em seu nome na sucessão à presidência do Legislativo municipal. Ao mesmo tempo, sinalizou que deseja lealdade de sua base nas questões vitais para o futuro governo. A presidência da Câmara é a mãe de todas elas. Adicionalmente, o próprio Fuad Noman telefonou nesta sexta-feira a um vereador que havia declarado voto em Juliano Lopes, reforçando a sua posição em apoio à candidatura de Bruno Miranda. Virou o voto.
 
 
 

O primeiro desafio de Álvaro Damião (União) à frente da Secretaria Municipal de Governo está superado, sustenta ele, em entrevista a esta coluna: “Já temos os votos para vencer a presidência da Câmara Municipal”. O vice-prefeito eleito e secretário municipal de Governo reitera que o futuro governo conhecerá a sua base já em 1º de Janeiro. “Aprovamos no Legislativo em novembro e em dezembro tudo o que precisávamos. Agora a prefeitura não tem mais nenhum projeto relevante para mandar para a Câmara Municipal para os dois primeiros  anos. Por isso a base tem de ser mostrada em 1º de janeiro. Eu digo a todos: a primeira votação da base é no dia 1º de janeiro. Não tem base depois. A prioridade para integrar o governo é de quem votar dia 1º na base, a favor do Bruno Miranda. Disso não abrimos mão.”
 
 

E para demonstrar que não vai contemporizar, depois de exonerar Anselmo Domingos, o DOM deste sábado já traz novas exonerações, desta vez das indicações do Solidariedade, legenda que está na base de Fuad Noman e declarou apoiou a Juliano Lopes. É o primeiro aviso. Contando com votos suficientes para vencer a eleição, o governo seguirá com ou sem o Solidariedade,  salienta Damião.
 

O sr. assumiu hoje a secretaria municipal de Governo, em substituição a Anselmo Domingos. Como está a articulação para a presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte? 

Já temos os votos para vencer a eleição para a presidência da Câmara Municipal. Eu assumi hoje a secretaria de Governo. O ato foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM). O ex-secretário de governo, Anselmo Domingos, que estava trabalhando dentro da prefeitura a favor do candidato Juliano Lopes (Podemos), foi exonerado para que eu assumisse essa articulação. Assim estamos mostrando ainda mais claramente que o candidato que tem apoio do prefeito Fuad Noman é Bruno Miranda (PDT), líder do governo na Câmara Municipal.
 


Em algum momento houve dúvidas de que Bruno Miranda é o candidato do prefeito? 

Houve dúvida implantada pelo ex- secretário de Governo Anselmo Domingos. Ele apresentava um projeto para os vereadores, principalmente os novatos, mostrando para eles que são base, que estariam liberados para votar no Juliano Lopes, porque Juliano Lopes teria o apoio do governo. Isso nunca foi verdade. Ele tem uma história, uma amizade com o vereador Juliano Lopes. Por isso agiu assim.
 


Mas ele está num cargo político em que há dever de lealdade para aquele que o nomeou para o cargo. Como foi possível tal comportamento? 

Ele quebrou a confiança. Só não agimos antes porque havia projetos importantes na Câmara Municipal sendo votados. A Prefeitura de Belo Horizonte precisava da aprovação desses projetos. Ficamos esperando estrategicamente a votação desses projetos. Foi falado para Anselmo durante o processo que sabíamos que isso estava acontecendo e ele negava. Ele afirmava que estava tentando construir uma base. Ficamos muito tristes com isso tudo e não podíamos fazer muita coisa, porque tínhamos projetos importantes para serem votados. Aprovamos tudo que precisamos. Agora a prefeitura não tem mais nenhum projeto relevante para mandar para a Câmara Municipal para os dois primeiros anos. Por isso a base tem de ser mostrada no dia 1º de janeiro. Eu digo a todos: a primeira votação da base é no dia 1º de janeiro. Não tem base depois. Dia 1º vai ser definido quem está com a prefeitura e quem não está. O que vamos fazer depois de ganhar, se não conseguirmos unanimidade como gostaríamos no dia 1º, vamos ouvir sim os outros partidos, vamos governar para todos. Serão ouvidos. Mas, se serão parceiros ou não, é outra história. A prioridade para integrar o governo é de quem votar dia 1º na base, a favor do Bruno Miranda. Disso não abrimos mão.
 


No grupo de vereadores reunidos por Marcelo Aro em apoio a Juliano Lopes no dia seguinte ao segundo turno havia oito parlamentares que são base de Fuad Noman. O senhor está conversando com eles? 

Eles foram induzidos ao erro. Não foram para lá porque queriam, porque traíram o prefeito. Foram para lá porque foram induzidos ao erro. Eu conversei pessoalmente com o deputado professor Wendel (Solidariedade) e mostrei o erro que estava cometendo. Ele ficou de pensar. E, enquanto ele pensa, os espaços que ele tem na prefeitura vão ser exonerados. Aqueles que estão negociando ou em tratativas com a prefeitura estamos conversando. Aqueles que não mostraram tanto interesse em tratativas seguem a vida deles. E nós a nossa.
 
 
 


Após a posse em 1º de janeiro, o sr. vai continuar à frente da Secretaria Municipal de Governo? 

Fui nomeado secretário de Governo para tratar de todos os assuntos políticos da Prefeitura de Belo Horizonte a partir de agora. Vou continuar nesta posição. Deixo de ser coordenador de Vilas e Favelas em Belo Horizonte para ser o homem de confiança do prefeito à frente das políticas da PBH. Principalmente na tratativa com os vereadores, pois tenho oito anos na Câmara Municipal, são dois mandatos. Tenho experiência e conheço a Casa. 

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