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Cynthia Nara
Cynthia Nara
Pesquisadora de produtos cicatrizantes com nanopartículas de extratos naturais e idealizadora dos cosméticos Pele Rara.

Dezembro Laranja: pele é um bem precioso

Pesquisadores mostraram que tanto as queimaduras solares quanto a exposição crônica ao sol aumentam o risco de desenvolvimento de melanoma

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Introdução


A pele desempenha um papel vital nas funções corporais. Ela atua como uma barreira contra agentes exógenos e nocivos. Agentes causadores de estresse como infecções virais ou bacterianas, exposição ao calor ou ao frio, radiação ultravioleta solar (UV) e produtos químicos podem afetar drasticamente a saúde da pele. Entre esses fatores de risco, o dano cutâneo induzido pela radiação UV solar é um problema crescente na dermatologia, juntamente com o aumento da incidência de câncer de pele.

 

Essas exposições múltiplas podem desregular os nossos mecanismos de reparo, levando ao desenvolvimento de doenças dermatológicas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) os efeitos prejudiciais podem ser divididos em danos agudos como queimaduras solares, eritema, edema doloroso e fotodermatoses, além de danos crônicos mais graves como fotoenvelhecimento e lesões cutâneas pré-malignas, como a ceratose actínica e os diferentes cânceres de pele.

 

 

Além disso, diversos estudos epidemiológicos fornecem evidências tanto para os efeitos benéficos quanto prejudiciais da luz solar, especialmente a exposição de seres humanos à radiação UV solar. Devido à exposição excessiva à radiação UV solar na superfície da Terra, profissionais que trabalham ao ar livre, como agricultores, trabalhadores rurais, pedreiros e operários de estrada, são os mais vulneráveis ao desenvolvimento de doenças ocupacionais de pele.

 

Além disso, o bronzeamento artificial, outro fator de risco para melanoma que é popular entre jovens e mulheres adultas, tem sido associado ao aumento da incidência de cânceres de pele na população dos EUA em geral, estando relacionado a riscos aumentados de doenças dermatológicas agudas e crônicas.

 

Queimadura solar


A queimadura solar é caracterizada por uma reação inflamatória na pele cuja intensidade está correlacionada ao grau de dano no DNA e seu potencial de destruição de células. O principal indutor dessa reação são os raios UVB, que atingem as camadas da pele mais facilmente, aumentando os níveis de melanina, proteína que age como pigmento fotoprotetor e atua na defesa contra danos induzidos por UV.

 

As células da pele  que sofrem com a destruição desses raios são conhecidas como queratinócitos e em morte celular liberam sinalizadores que se combinam com células do sistema imune na pele, aumentando a expressão de estruturas pró-inflamatórias, ou seja, induzem a inflamação. Essa indução leva a sintomas como sensibilidade, vermelhidão, inchaço, dor, erupções exacerbadas e formação de bolhas.


Câncer de pele

 

Pesquisadores mostraram que tanto as queimaduras solares quanto a exposição crônica ao sol aumentam o risco de desenvolvimento de melanomas. Atualmente, o câncer de pele está se tornando um grave problema de saúde que afeta a qualidade de vida da população. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) no Brasil, o câncer de pele, que pode ser causado pela exposição à radiação solar, é o tipo de câncer com maior incidência no país e pode ocorrer em todos os tipos de pele e em qualquer idade. 


Estudos mostram que as mutações induzidas por radiação UV em genes específicos e alterações na velocidade de proliferação e morte celular são fatores de influência no desenvolvimento da patologia, pois podem causar exclusões em larga escala de partes do DNA. Além disso, vale destacar que  efeito carcinogênico da radiação UV solar sobre a pele pode ser mediado de duas maneiras: diretamente, por possuir ação direta a célula, causando mutação no material genético e indiretamente, ao promover a inflamação e ativar a ação de células de defesa, como os linfócitos T que possui envolvimento no estresse oxidativo.

 

Ademais, o número aproximado de casos de melanoma de pele em 2016 foi de 76.380, representando 4,5% dos casos totais de problemas oncológicos. Vale destacar, que as queimaduras solares são associadas ao dobro do risco de desenvolver melanoma. Para se ter uma ideia, tomar sol e sofrer queimaduras solares é comparável ao tabagismo, pois até mesmo uma única exposição pode aumentar o risco de desenvolver câncer, independentemente do tom de pele.


Exposição ao sol e envelhecimento da pele


O envelhecimento é um processo biológico complexo caracterizado por uma diminuição da função biológica e da capacidade do corpo de responder ao estresse, e a pele humana é um órgão ideal para identificar o processo de envelhecimento devido ao seu impacto visível e significativo na sociedade. Uma das principais causas do envelhecimento cutâneo é a irradiação UV solar causando entre 80-90% das mudanças morfológicas, estruturais e bioquímicas, coletivamente chamadas de fotoenvelhecimento.  

 

Isso ocorre pois a irradiação por estes raios gera um estresse oxidativo severo nas células da pele resultando em danos genéticos temporários e permanentes, comprometendo estruturas e levando a degradação e redução na síntese de colágeno e elastina. Como sabe-se o colágeno e a elastina são proteínas estruturais que desempenham um papel fundamental na manutenção da saúde e na firmeza e na elasticidade da pele.

 

 

 

Com alta degradação desta proteínas, estaremos induzindo a formação característica comuns do envelhecimento como rugas e marcas de expressão. Tudo isso, graças ao estresse oxidativo crônico desencadeado durante anos de exposição ao sol intenso junto a incapacidade do nosso corpo a combater o estresse gerado por ele. 


Alterações na pigmentação da pele


Em algumas pessoas, as manchinhas causadas pelo sol podem durar meses ou até anos, num fenômeno chamado pigmentação duradoura (LLP, long-lasting pigmentation). Estudos mostram que pessoas com LLP apresentam uma pigmentação visivelmente mais escura até as camadas mais profundas da pele em comparação com as pessoas sem exposição ao sol e sem LLP. Essa descoberta é muito significativa, pois pequenas alterações no conteúdo de melanina podem mudar completamente a cor visível da pele. 

 

Essas mudanças nas camadas mais profundas da pele podem gerar um aumento contínuo na pigmentação, possivelmente ao ativar sinais que afetam a expressão de genes. Isso ocorre, pois a resposta genética à exposição solar é influenciada por interações entre os genes e o ambiente exposto. Um exemplo disto é o gene RASSF9 que desempenha um papel importante na saúde e na diferenciação da pele, reforçando que a adaptação à luz solar não impacta apenas a cor da pele, mas em outros processos biológicos.

 

Conclusão

 

Visto tudo isto, é imprescindível a importância da aplicação de um produto com um índice de proteção UV adequado para garantir a prevenção dos problemas citados, principalmente entre 10h e 15h, quando os níveis de UV estão em seu pico. Além disso, vale destacar que a utilização de cosméticos com efeitos calmantes e antioxidantes são essenciais para diminuir os efeitos negativos causados pelo sol.

 

Para isso, é recomendado a utilização de óleos como  o óleo de rosa mosqueta, o óleo de girassol e o óleo de copaíba, além de extratos como o de camomila, aloe vera e hamamelis. Estes fornecerão fitoativos cujas estruturas moleculares detêm a capacidade de aniquilar os radicais livres causados pela exposição solar, bem como possuem efeitos anti-inflamatórios que controlaram a vermelhidão e irão diminuir o estresse oxidativo, preservando o colágeno e a elastina e  evitando o fotoenvelhecimento.


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