Volante Lucas Silva balançou a rede do Palmeiras, mas o gol foi anulado com a interferência do VAR, em lance polêmico -  (crédito: Gustavo Aleixo)

Volante Lucas Silva balançou a rede do Palmeiras, mas o gol foi anulado com a interferência do VAR, em lance polêmico

crédito: Gustavo Aleixo

A reação imediata do CEO da SAF Cruzeiro à canalhice do gol de Lucas Silva sendo anulado por pressão indevida do VAR, contra o Palmeiras, surpreendeu. Positivamente, pela postura combativa de defender publicamente os interesses do clube e de não ter receio em denunciar os privilégios do Eixo RJ-SP e as consequências nefastas disso para os outros clubes brasileiros.

 

A entrevista de Alexandre Mattos deixou um fio de esperança de que, daqui para frente, essa proatividade da diretoria cruzeirense se torne regra, colocando fim definitivamente à passividade e soberba da Patota de Corintianos e Playboys de Sapatênis da antiga gestão da SAF Cruzeiro.

 

Nós, torcedores (os da arquibancada, das organizadas e do interior do estado), esperamos por isso há muito tempo: um Cruzeiro que volte a incomodar, seja com o escrete jogando o fino da bola ou com seus gestores não se acovardando frente a absurdos como o vivido na peleja do último sábado, em São Paulo.

 

 

Essa é a nossa história. O Cruzeiro sempre incomodou a elite detentora de privilégios econômicos e políticos, não só a dos Bilionários do Brasil Miséria, no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte, mas também do Eixo RJ-SP, afinal, fora dele, somos o maior clube e a maior torcida do país.

 

Quando fomos quase destruídos pela organização criminosa instalada dentro do clube na gestão Wagner Nonato Pires Machado de Sá, em 2019, essa mesma elite desprezível se deleitou, assim como boa parte da crônica esportiva paulista e carioca. Em êxtase e impiedosamente, apontavam os dedos para a instituição Cruzeiro, sem sequer tomar o cuidado de preservar quem, na verdade, foi vítima.

 

Veio o tempo da falácia chamada SAF Ronaldo Fenômeno. A elite chegou a ficar assustada com a novidade: um grande ídolo mundial “investindo” em um clube brasileiro fora do Eixo RJ-SP. Mas rapidamente, ao final de 2023, quando quase fomos novamente rebaixados (o que não ocorreu graças à revolta da Nação Azul), essa mesma elite se tranquilizou. Afinal de contas, a máscara da Patota amada pelos camarotes de grandes cruzeirenses crivados de diamantes caiu e, novamente, ficou claro que não incomodaríamos os poderosos, pois aquela gestão da SAF nem de longe tinha interesse em defender com unhas e dentes a grandeza desportiva do Cruzeiro.

 

Ou alguém consegue imaginar Gabriel Lima, Paulo André e Pedro Martins colocando a cara na imprensa paulista para questionar a absurda arbitragem de Cruzeiro e Palmeiras? Só um dado: na “SAF Ronaldo”, foram 77 jogos oficiais do Cruzeiro. Em absolutamente nenhum deles, um representante da Patota de Sapatênis foi à imprensa questionar privilégios da elite, mesmo quando esses claramente prejudicaram o nosso clube.

 

Alexandre Mattos está muito longe de ser imune a críticas (vide a trapalhada do caso Dudu), mas vê-lo expressando publicamente indignação pelo Cruzeiro ser garfado deu orgulho. Mais ainda, pela coragem de escancarar como “a guerra fria” protagonizada pelos clubes paulistas e cariocas, no fundo, está prejudicando mesmo são outros clubes, como o Time do Povo Mineiro.

 

Que a gestão de Pedrinho do SuperPovão BH continue nesse caminho de sempre incomodar com escretes competitivos e gestores combativos, porque, quanto mais os detentores de privilégios esperneiam, maiores são as chances de vivermos em um mundo melhor, mais justo e equilibrado.