Ao denunciar o jogador brasileiro Lucas Paquetá, acusado de violar a normativa sobre apostas esportivas, a Federação Inglesa de Futebol não está de brincadeira e o jornal “The Sun” já publicou que, caso ele seja considerado culpado, a entidade pedirá o banimento do futebol em definitivo. A investigação durou nove meses até que ele fosse denunciado. Sua defesa conseguiu estender o prazo, que era até segunda-feira, para provar a inocência do atleta, mas os fatos são fortes e os indícios contundentes. A Federação Inglesa constatou que só na cidade de Paquetá, onde o jogador nasceu, mais de 50 apostas foram feitas, inclusive de amigos dele. É muita coincidência ele ter levado quatro cartões em partidas distintas em 2022/2023, segundo a denúncia, de forma intencional, para favorecer a amigos e parentes em apostas.
A acusação é para os jogos contra o Leicester, em 12 de novembro de 2022, Aston Villa, em 12 de março de 2022, Leeds United, 21 de maio de 2023, e Bournemouth, em 12 de agosto de 2023. Estima-se que cerca de 60 pessoas tenham apostado que Paquetá seria advertido com o cartão amarelo em um ou mais desses jogos. E o mais grave ainda é que todas as apostas teriam sido feitas na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, cidade onde ele nasceu. Os valores das apostas variam de R$ 46 até R$ 2,6 mil. Os ganhos dos apostadores chegaram a 100 mil libras, cerda de R$ 670 mil. A primeira casa de apostas a levantar suspeitas sobre o jogador brasileiro foi a Betway, principal patrocinadora do West Ham, que teria ficado intrigada com o número incomum de apostas feitas nele para ser amarelado, rastreadas até a ilha onde ele nasceu.
Não podemos aqui julgar Lucas Paquetá, pois a justiça inglesa ainda não deu o veredito, mas os indícios são graves e fortes. Assim como no caso Daniel Alves, estuprador condenado, e Robinho, estuprador condenado na Itália e preso no Brasil, as provas parecem robustas e concretas. Os jogadores de futebol parecem querer levar vantagem em tudo. Paquetá ganha uma fortuna por mês, em Libras Esterlinas, moeda das mais fortes do mundo, e não precisava usar desse mecanismo para ajudar parentes ou amigos. Se realmente cometeu o crime, deveria ter pensado antes de cometê-lo, pois pode ser punido com o banimento para o resto da vida. Sinceramente, pelos indícios, não acredito que a defesa de Paquetá conseguirá provar sua inocência, e, caso comprovada a culpa, será mais uma vergonha para o Brasil e para o nosso futebol. Há outros casos na Inglaterra, de jogadores de outras nacionalidades, um deles foi banido definitivamente do futebol. O zagueiro do Stratford, Kynan Isaac, foi suspenso por 10 anos, por apostar nele mesmo tomando cartão amarelo, em 2021. Três anos depois, o zagueiro do Lincoln City, Bradley Wood, foi afastado por seis anos por receber cartões amarelos em dois jogos, de propósito.
É um erro da CBF e do técnico Dorival Júnior manter Paquetá na equipe que vai disputar a Copa América aqui nos Estados Unidos. Eles alegam que o jogador não foi condenado. Discordo, veementemente. Paquetá deveria ter sido cortado, até para ter tranquilidade e se defender melhor. Isso não o condenaria, com o disse a nota emitida pela CBF. Que cabeça esse rapaz terá para atuar pela equipe canarinho correndo o risco até de ser banido do futebol? Caso condenado, ele ainda poderá recorrer ao CAS, Tribunal do Esporte, na Suíça, mas, dificilmente será absolvido. É lamentável, caso seja comprovado o envolvimento de Paquetá. É o que digo sempre: a maioria dos jogadores sai de uma classe social desfavorecida, não sei se é o caso dele, e ganha milhões em tão pouco tempo. Deveriam buscar advogados, professores, gestores de carreira e finanças para terem uma vida tranquila e equilibrada, mas a maioria esmagadora não pensa assim. Se acha acima do bem e do mal e entende que o “dinheiro compra tudo”. No Brasil, pode até funcionar assim, pois os péssimos exemplos de milionários que não vão para a cadeia estão aí para quem quiser ver. Lá fora, porém, a banda toca diferente, e crime é crime para pobre, rico, anônimo, famoso ou celebridade. Que Paquetá consiga provar sua inocência, mas, pelos indícios, será difícil isso acontecer. E você, caro leitor, o que pensa sobre isso?