Jogadores do Cruzeiro fazem a festa com a torcida, no Horto, após a vitória por 2 a 1 diante do Bragantino -  (crédito: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Jogadores do Cruzeiro fazem a festa com a torcida, no Horto, após a vitória por 2 a 1 diante do Bragantino

crédito: Ramon Lisboa/EM/D.A Press

 

Quando o Brasileirão começou, a imprensa e os torcedores apontaram três clubes como prováveis candidatos ao título: Flamengo, Palmeiras e Atlético. Passados quase quatro meses do início da competição, a realidade mostra o Cruzeiro como candidato à taça, junto com Palmeiras, Flamengo, Botafogo e Bahia, e o Galo brigando na parte de baixo da tabela.

 

Claro que ainda é muito cedo para qualquer diagnóstico, haja vista que ainda faltam 22 rodadas para o fim, mas, em quinto lugar, e com um jogo a menos, o Cruzeiro está com 29 pontos, pertinho dos líderes, ao passo que o Atlético, em décimo, também com jogo a menos, está muito aquém da expectativa, perdendo pontos para equipes que vão brigar para não cair, e tomando goleadas de Palmeiras, Vitória e Botafogo, além de perder por 4 a 2 para o Fla.

 

Muitos dirão: mas com o time reserva. Não importa: todos os grandes que tiveram jogadores convocados para a Copa América, jogaram desfalcados, além de jogadores machucados ou suspensos.

 

 

A verdade é que o Galo não joga bem há tempos e o encanto por Milito já não existe. Claro que com a chegada de Junior Alonso, Fausto Vera e Bernard deverá haver algum progresso, e, a não ser que haja uma arrancada daquelas, o time vai brigar ali pelo sexto lugar, vaga indireta na Libertadores. E nunca nos esqueçamos que Bernard e Hulk formavam o ataque titular dos 7 a 1 da Alemanha, ao lado de Fred, já aposentado.

 

Pior que os caras que não servem mais para a Europa e China, por essas bandas ainda conseguem jogar e com salários astronômicos. Por isso, o futebol brasileiro não ganha mais nada. Somos saco de pancadas de clubes do exterior e seleções.

 

O Fluminense tomou de 4 a 0 do City e comemorou ter ficado com a posse de bola, trocando passes infantis e perigosos, na sua própria área. Parece piada, mas não é. O próprio Fernando Diniz, técnico demitido, recentemente, disse que “estava orgulhoso de sua equipe ter ficado com a bola”. Ridículo. Deveria ter falado o que Muricy falou em 2011, quando o Barcelona meteu 4 a 0 no Santos, de Neymar: “viemos aqui aprender. Não dá para ganhar dos caras”.

 

Enquanto o Galo decepciona sua torcida, o Cruzeiro enche a sua de alegria pela fase inesperada e promissora. Quando o Brasileirão começou, imaginávamos que o time brigaria para não cair, com jogadores bem medianos. Porém, em três meses, tudo mudou. Pedro Lourenço comprou as ações de Ronaldo, gastou R$ 200 milhões em reforços do mais alto nível e agora é mais candidato do que nunca a brigar pela taça. Três reforços estrearam contra o Bragantino: Cássio, Matheus Henrique e Lautaro, mas ainda tem muita gente para entrar. O Cruzeiro agora tem banco, time e grupo, o que é fundamental para um campeonato de pontos corridos. A manutenção entre os ponteiros, mesmo com o time que Ronaldo montou, deu tranquilidade para a China Azul entender que a taça, antes inimaginável, é uma realidade. Se vai ganhar ou não, ninguém pode garantir, mas que está brigando com seus pares, isso não há dúvida. Está me cheirando 2013, quando o Cruzeiro entrou desacreditado, mas foi campeão, e, mantendo o mesmo grupo, sagrou-se bicampeão na temporada seguinte.

 

Eu gostaria de ver Atlético e Cruzeiro no mesmo nível, brigando pelo título e com os concorrentes. Mas quem sabe o Galo se recupera no returno, melhora seu futebol e arranca rumo a taça? É improvável, mas não impossível. A tendência do Cruzeiro é crescer ainda mais e ganhar jogos importantes para continuar entre os ponteiros. Vale lembrar que o que faz uma equipe grande perder a taça é uma sequência ruim contra equipes que brigam na parte inferior da tabela. Derrotas ou empates contra tais equipes são pontos irrecuperáveis. O Flamengo, por exemplo, perdeu cinco pontos para Cuiabá e Fortaleza, no Maracanã, perdendo a liderança. Outro ponto que conta a favor do Cruzeiro é o fato de ele estar com 100% de aproveitamento em casa. Os adversários vão sempre se retrair, quando jogarem em BH. Tem muita “água para passar debaixo da ponte”, mas que neste momento Cruzeiro e Atlético vivem realidades diferentes, não há a menor dúvida.


Saudades eternas

 

Hoje é aniversário da minha amada sogra, doutora Ângela, minha segunda mãe, que nos deixou em fevereiro. A matéria se foi, mas ela está conosco, como sempre esteve. A saudade é imensa de todos nós, filhas, netos, da mãe dela que completará 101 anos, semana que vem, e do único irmão, Carlos Roberto. Que minha amada sogra esteja num plano, pertinho de Deus, nos cuidando aqui embaixo, como sempre fez. Amamos a senhora, dona Ângela. Saudades eternas.