Dos contratados pela Raposa na última janela de transferências, volante Matheus Henrique tem mostrado o melhor futebol -  (crédito: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

Dos contratados pela Raposa na última janela de transferências, volante Matheus Henrique tem mostrado o melhor futebol

crédito: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

O Cruzeiro está acostumado a disputar a Copa Libertadores. Em quatro finais, ganhou duas e perdeu duas, uma delas nas penalidades, para o Boca Juniors, em 1977. Depois que jogaram o time azul aos leões e deixaram seus cofres arrebentados, o clube se reergueu na gestão de Ronaldo Fenômeno, mas não o suficiente para voltar a ser protagonista. Isso aconteceu somente há 4 meses, quando Pedro Lourenço comprou a parte do Fenômeno e hoje tem 90% da SAF. O time disputa as primeiras posições no Brasileirão e está forte na Sul-Americana, jogando hoje, no Paraguai, contra o Libertad, lembrando que a decisão da vaga será na sua casa, o Mineirão ou “Toca 3”, como gosta de chamar a torcida. Um empate hoje, na casa do adversário, será um grande resultado, pois definir a classificação em casa é sempre melhor. Porém é preciso que o time recupere o futebol do começo da competição, e, se possível, o daqueles 3 a 0 no líder do campeonato, o Botafogo.

Em jogos mata-matas a coisa é bem diferente. Uma expulsão de um jogador pode definir o confronto, uma bola mal passada a perda de gols. Por isso, todo o cuidado é pouco, pois o Libertad tem uma boa equipe e jogará em casa nesses primeiros 90 minutos. O Cruzeiro investiu quase R$ 200 milhões em jogadores considerados de alto nível. Porém, até agora, somente Matheus Henrique está confirmando o que dele se espera. Ele lembra aquele jogador que saiu do Grêmio para a Europa, em alta. Já Wallace, até agora, é um fracasso. Lento, pesado e tocando bolas para o lado. Olha que ele foi pretendido por Flamengo e outras equipes, mas o Cruzeiro o convenceu a voltar ao Brasil. Precisa recuperar seu futebol, pois, neste momento, não merece ser titular. Kaio Jorge também é outro que não mostrou o artilheiro que era no Santos. Eu avisei que nem todos os contratados encaixariam no time imediatamente. O futebol é complicado, pois alguns que voltam do exterior não se readaptam facilmente. Todos os outros contratados também não estão bem, e Matheus Pereira, que é o cérebro da equipe, há tempos não faz um grande jogo.

São fatores que fazem com que uma equipe caia de produção, e vale lembrar que até mesmo os clubes já organizados e com jogadores que atuam juntos há tempos sofrem essa oscilação. O Palmeiras, que luta pelo tricampeonato de forma consecutiva, ficou cinco jogos sem vencer e a torcida até pediu a cabeça de Abel Ferreira. Vale lembrar que o Cruzeiro está além da expectativa criada, pois é uma equipe em formação e o projeto de títulos é para o ano que vem. Entretanto, se puder beliscar a Sul-Americana, além de garantir vaga na Libertadores, fechará o ano no lucro. O projeto para reerguer o time azul e ele voltar a ganhar taças é feito a médio prazo. Se alguma coisa diferente acontecer antes, será lucro.

O importante é saber que o Cruzeiro tem um norte, que está bem administrado e gerido, pois quem o comprou é competente ao extremo. O torcedor, que tem comparecido em grande número ao Mineirão, criou uma expectativa até de ganhar o Brasileiro, pois a campanha era espetacular. Mas é importante saber que em sétimo lugar ele ainda está na briga por vaga direta na Libertadores, mas, se ganhar a Sul-Americana, encurtará esse caminho e não dependerá do Brasileirão. Hoje, um empate estará de ótimo tamanho, pois jogará fora de casa. No Mineirão, com a China Azul lotando o estádio e os jogadores entendendo a importância de passar de fase, a história será outra e uma grande vitória azul deverá acontecer. Uma final com o Corinthians seria um feito maravilhoso, mas é preciso pensar jogo a jogo. O adversário agora é o Libertad, e a Sul-Americana, hoje, é a “Libertadores” para o Cruzeiro.