ASSUNÇÃO – Seis meses depois de comprar definitivamente a parte de Ronaldo Fenômeno, Pedro Lourenço, atualmente com 90% do Cruzeiro e dono dele, junto com 14 milhões de torcedores espalhados pelo mundo, tem a chance de erguer a primeira taça internacional sob sua gestão e o recomeço de uma nova era. A parada é dura, contra o Racing, time argentino, mas a torcida conhece a camisa e a história do Cruzeiro, assim como a capacidade desse gigante em tornar fáceis situações adversas e dar a volta por cima.
Foi assim quando Ronaldo Fenômeno pôs o clube de volta ao seu lugar de origem, e está sendo assim com a nova gestão, que resgatou o orgulho da China Azul em desfilar pelas ruas do mundo com a camisa celeste. Minas Gerais está azul neste fim de semana, e, independentemente do resultado desta tarde, o Cruzeiro já voltou ao patamar em que sempre esteve representando o estado para o Brasil e para o mundo.
Em jogo único, tudo é possível, mas essa gente que conhece “La Bestia Negra” sabe muito bem que o título é provável e muito desejado, já que garantirá uma taça inédita, milhões de dólares, dos quais os jogadores terão 60% em caso de ganharem o troféu, e a vaga na Libertadores de 2025, que é realmente o lugar do Cabuloso.
O torcedor que invadiu as ruas de Assunção, chegando em voos, carros, ônibus ou até mesmo a pé, espera que o espírito de Tostão, Dirceu Lopes, Piazza, Joãozinho, entre outros gênios, encarne nos jogadores atuais, e que eles possam fazer um jogo perto da perfeição. O futebol mudou de uns tempos para cá, mas aquela escola de toques, tabelas, dribles e gols, característica do time celeste, essa jamais deixou de existir, assim como a paixão de uma torcida que sofreu por três anos, que viu o fundo do poço, mas que ressurgiu como a Fênix, e, em tão pouco tempo, já está em mais uma final importante.
É bom destacar que se por ventura o título não vier, não haverá motivos para desespero ou coisa desse tipo. O Cruzeiro está além da expectativa criada no começo do ano, com bela campanha no Brasileirão e com essa final inédita. O projeto é para 2025, mas se etapas forem antecipadas com a conquista da taça, que sejam.
Se há uma preocupação com o ataque argentino, também há por parte dos hermanos a certeza de que vão enfrentar um gigante, um time acostumado a pô-los na roda, conquistando taças. Aquele 3 a 2 em cima do Ríver, na conquista da primeira Libertadores, em 1976, ou o 3 a 0 em cima do Racing, na final da Supercopa, em 1992, estão bem vivos na memória da China Azul.
O momento é de Matheus Pereira por a “bola debaixo do braço” e dizer que essa decisão é sua. De Kaio Jorge, talentoso e promissor, mostrar que o faro do gol é com ele, do gigante Cássio não dar a menor oportunidade para os argentinos sonharem.
A palestra do CEO Alexandre Matos, na quinta-feira à noite, arrancou lágrimas de todos que participaram, mexeu com o brio dos atletas e mostrou que o Gigante voltou em grande estilo. Telespectadores do nosso JaeciCarvalhoEsportes, no YouTube, e leitores de minha coluna, me perguntaram qual seria a motivação maior para os jogadores ganharem a taça? Minha resposta foi curta e simples: vestir a camisa do Cruzeiro é a motivação maior. É o sonho de muitos jogadores, mas poucos podem realizar. Os bons tempos voltaram e hoje todo mundo quer vestir essa celeste tão pesada.
Enfim, que os deuses do futebol estejam presentes no estádio da La Nueva Olla e que olhem para o Cruzeiro com um carinho especial. Essa gente, que tanto sofreu nos últimos tempos, tem agora um momento único de soltar o grito de campeão, e eu, com a vivência de 45 anos no jornalismo, conhecendo a história do Cruzeiro como conheço, tenho a certeza de que essa taça vai ser colocada na rica galeria de troféus do clube, e tudo isso, sob as bençãos de Pedro Lourenço, o homem que não deixou o Cruzeiro Esporte Clube fechar as portas. Pra cima deles “La Bestia Negra”.
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