Valor da soja em grão teve queda significativa no mercado internacional neste ano -  (crédito: MF Rural/Reprodução da internet)

Valor da soja em grão teve queda significativa no mercado internacional neste ano

crédito: MF Rural/Reprodução da internet

Uma acomodação ou queda generalizada nos preços das commodities vai afetar a balança comercial brasileira neste ano, mesmo com o aumento dos volumes exportados. Sem a expectativa de mudanças bruscas no cenário econômico mundial para os próximos meses, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) revisou as projeções para o fluxo de comércio do Brasil com o mundo este ano. Nas contas da AEB, as exportações brasileiras vão recuar dos US$ 339,67 bilhões em 2023 para US$ 327,68 bilhões este ano, com queda de 3,5%, enquanto as importações vão passar de US$ 240,83 bilhões no ano passado para US$ 250,61 bilhões em 2024. O resultado é um tombo de 22% no saldo comercial. Para a AEB, o superávit da balança comercial brasileira este ano será de US$ 77,07 bilhões, contra US$ 98,84 bilhões em 2023.
“Deve ser destacado que, ao contrário do verificado em 2023, quando ocorreram quedas simultâneas nas exportações e importações, porém com superávit recorde, no corrente ano de 2024 são previstas a redução das exportações, o crescimento das importações e o encolhimento do superávit comercial, este último em razão de maior impacto negativo das exportações”, relata a AEB. Com relação aos preços, de 12 commodities listadas apenas quatro tiveram aumento de preços, enquanto as outras oito tiveram queda na cotação. A maior alta é prevista para o preço da celulose (26,3%), seguida do café não torrado (7%), do minério de ferro (2,5%) e do óleo combustível (0,9%).
Na outra ponta, a maior queda de preço neste ano foi registrada na soja em grão (-16,4%), seguida do farelo de soja (-15,2%) e do milho (-14,7%). Os três produtos são os carros-chefes das exportações do agronegócio brasileiro, o que vai contribuir para a retração de 21,8% no valor das exportações de produtos agropecuários. Nas contas da AEB, as vendas de itens agrícolas e pecuários para o mundo este ano devem ficar em US$ 63,70 bilhões, um tombo de US$ 17,78 bilhões em relação aos US$ 81,48 bilhões exportados pela agropecuária em 2023. Além dos preços agrícolas, o valor das carnes está em baixa. O valor dos cortes suínos caiu 5,3% e os de frango e bovinos tiveram retração de 4,8%. Completam a lista de queda de preços o petróleo (-3.1%) e o açúcar (-0,4%).
Em termos de volumes a AEB chama a atenção para o fato apenas três (soja, milho e minério de ferro) das quatro (o que inclui petróleo) principais commodities exportadas pelo Brasil devem ter queda no volume embarcado para o mercado internacional, reduzindo ainda mais a receita total das exportações e contribuindo para um superávit menor em relação a 2023. Os volumes de exportação de minério de ferro (-1,7%), soja em grão (-11,5%) e milho (-34,9%) serão menores este ano, segundo as projeções da AEB. Esse impacto negativo deve ser compensado pelo aumento generalizado nos volumes exportados de outros produtos, mesmo com a queda de preços.
“O cenário atual mostra que, devido aos preços mais baixos, porém ainda competitivos, o Brasil torna-se mais dependente das exportações de commodities e sem perspectivas de agregar valor, pois o Brasil e suas empresas exportadoras não têm controle sobre preços e quantidade destes produtos”, pontua a AEB. Para destravar o comércio internacional brasileiro e reduzir a dependência da venda de commodities para o mundo, a associação de exportadores destaca que a finalização da aprovação da Reforma Tributária e a Nova Política Industrial trazem perspectivas de redução de custos que tornem os produtos da indústria de transformação brasileiros competitivos. São esses produtos, de maior valor agregado, que podem reduzir a dependência da balança comercial brasileira das commodities.

Fundos 

R$ 49,4 bilhões, foi o valor da captação líquida positiva dos fundos de investimentos entre 8 e 12 de julho, segundo balanço da Anbima. No mês, a estimativa é de saldo positivo de R$ 67,2 bilhões.


Assessorando

Com a perspectiva de fechar o ano com 30 unidades, a iFinance projeta faturar R$ 2 milhões no primeiro ano de prestação de serviços de BPO financeiro para micro e pequenos negócios. Com base na terceirização de processo de negócios, a pequena empresa tem acesso a planejamento, gestão, contabilidade e consultoria. A falta de gestão financeira é a principal causa para o fechamento de 29% dos pequenos negócios após cinco anos.

Sustentabilidade

Levantamento feito pelo Sebrae mostra que os microempreendedores individuais (MEI) estão mais atentos às questões relacionadas à sustentabilidade ambiental. A pesquisa mostra que a medida mais praticada pelos MEI é o controle do consumo de energia (75% dos entrevistados), seguida pelo controle do consumo de água (67% dos empreendedores) e separação de lixo para coleta seletiva, cuja adesão saltou de 52% (2022) para 64% este ano.