Investimentos e atividade econômica resiliente estão mantendo o mercado de trabalho aquecido -  (crédito: Euler Junior/EM/D.A Press – 15/6/11)

Investimentos e atividade econômica resiliente estão mantendo o mercado de trabalho aquecido

crédito: Euler Junior/EM/D.A Press – 15/6/11

Com o mercado de trabalho resiliente e a taxa de desocupação recuando para 6,6% no trimestre encerrado em agosto – menor patamar para o período desde 2012 – os salários estão sendo reajustados em percentuais acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que de 166 negociações de reajustes da data-base setembro, 89,2% resultaram em ganhos acima da inflação, o segundo melhor resultado em todo o período do Boletim Mediador, atrás apenas do percentual registrado em maio. Em setembro, 4,8% das negociações tiveram reajuste igual à inflação e 6% ficaram abaixo do INPC.

 

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Embora o percentual das negociações com reajuste acima da inflação seja alto, o ganho real em setembro ficou em 1,11 ponto percentual, o que representou uma recuperação em relação ao 1,01 ponto percentual de agosto, o indicador está abaixo do índice de reajuste acima da inflação em oito datas-base, superando apenas a alta de 0,83 ponto percentual de novembro do ano passado. De acordo com o IBGE, para as negociações com data-base em outubro, os reajustes acima da inflação devem superar o INPC de 4,09% acumulado nos últimos 12 meses.

 


Com as negociações favoráveis aos trabalhadores, apenas 1,8% dos reajustes em setembro foram parcelados. Embora seja baixo, o percentual é o maior desde novembro do ano passado, quando os reajustes parcelados representaram 2,2% das negociações. Já os reajustes escalonados concedidos em percentuais diferenciados segundo a faixa salarial ou tamanho da empresa, foram feitos em 15,7% em setembro.

 

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A valorização dos salários é uma tendência que vem ocorrendo ao longo de todo este ano. O levantamento do Dieese revela que até setembro, 86,3% das 12.145 negociações salariais analisadas tiveram reajustes acima da inflação, outros 10,3% conseguiram recompor perdas com aumentos iguais ao INPC e apenas 3,4% não conseguiram correção salarial, com os reajustes ficando abaixo da inflação. Entre os setores, o maior percentual de negociações com ganho real foi a indústria, com 88,4%, enquanto no setor de serviços foram 86,6% e no comércio 78,2%.


Uma explicação para a manutenção do mercado de trabalho aquecido e com a maioria dos salários registrando ganhos reais está nos investimentos que foram anunciados em 2023 e agora começam a sair do papel. Um levantamento da consultoria EY, mostra que 46% dos gestores enxergam um cenário favorável para a contratação no setor de infraestrutura. Os aportes previstos para a infraestrutura brasileira este ano, de R$ 215,8 bilhões, são os maiores desde 2015. As concessões, especialmente de rodovias, devem movimentar o mercado de trabalho. Estão previstos 13 leilões de rodovias em 2024, com potencial de injetar R$ 122 bilhões em investimentos privados.

 

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“Cada vez que um ciclo de concessões se inicia, o aquecimento do mercado provoca a famosa ‘dança das cadeiras’, já que as empresas buscam por pessoas experientes que já atuam no setor. Esse movimento, em geral, chama a atenção de quem enxerga oportunidades de crescimento em uma mudança de empregador”, explica Caio Rodrigues, especialista em recrutamento da Robert Half no ABC e Baixada Santista.


De acordo com a consultoria EY, há uma procura crescente por engenheiros especializados em IoT, para projetos de automação que aumentem a eficiência e a rentabiliadde,


Além dos perfis tradicionais, como os das áreas financeira e tributária, há uma busca crescente por engenheiros especializados em IoT, para projetos de automação que aumentem a eficiência e a rentabilidade, e por especialistas em cadeias de suprimento por causa da importância das compras no setor para conter custos. Ainda segundo a consultoria a demanda por trabalhadores varia segundo a fase dos projetos, com o início demandando especialistas em viabilidade econômica e modelo de gestão e com o avanço a demanda cresce para especialista em suprimento, engenharia e tecnologia da informação.