Vereadores de BH ignoram o país e a Independência
Em vez de descaracterizada e ignorada, como quer a maioria da Câmara de BH, a Praça 7 deveria ser tombada
Mais lidas
compartilhe
SIGA NOPode-se perdoar a ignorância, mas não a associação da política com o capital para esconder e agredir a história de uma cidade, do país e, especialmente, nossa independência perante o colonizador. A praça mais representativa da capital mineira é chamada carinhosamente de Praça 7, mas o nome oficial é Sete de Setembro, numa explícita celebração da Independência do Brasil. Em vez de descaracterizada e ignorada, como quer a maioria da Câmara de BH, deveria ser tombada em um estado onde nasceu o movimento político mais célebre por nossa independência.
Minas é um estado símbolo de preservação da história e do patrimônio público. Por conta da Inconfidência Mineira, Ouro Preto sobrevive como o maior museu aberto e vivo do mundo, apesar do assédio do capital e do imperialismo. Agora, ao final da atual legislatura, os vereadores se unem ao empresariado para passar a boiada sobre a memória da capital. O projeto deles pretende transformar a Praça 7 na breguice de uma ‘Time Square’ que não existe em nossas cabeças.
Querem fazer BH andar para trás. Nos anos 90, Barcelona proibiu placas luminosas na cidade e disciplinou o uso de espaços públicos. Depois, foi a vez de Paris e até de São Paulo, que, num desvario semelhante, poderia fazer uma ‘time square’ em sintonia ao seu cosmopolitismo. Conselheiros mais próximos ao prefeito reeleito Fuad Noman (PSD) defendem o veto pedagógico sem piedade. O grupo político e o empresariado associado não compreendem as razões de Minas e de BH, submetendo os belo-horizontinos ao elitismo e ao imperialismo idiota. A maioria aqui não conhece Nova York. Aqui, cultuamos, por exemplo, o torresmo, o fígado com jiló, o queijo, o restaurante do Bolão e o Clube da Esquina.
Homenagens
O batismo da Praça 7 se deu em 1922 nas comemorações do centenário da Independência do Brasil. A marca registrada ali é o obelisco conhecido como Pirulito (7 de setembro de 1924). Após idas e vindas, ele se fixou na praça que ganhou reforma, quando cada um dos seus quatro quarteirões foi fechado e ganhou nomes de tribos indígenas que vivem em Minas: Pataxó, Krenak, Xacriabá e Maxakali.
Fuad X Atlético
Caiu como uma bomba na SAF do Clube Atlético Mineiro e agregados o veto parcial do atleticano prefeito Fuad Noman ao generoso projeto dos vereadores de limitar ou até isentar as contrapartidas da direção da empresa à construção da Arena MRV no Bairro Califórnia (Noroeste). Os aliados do dono da SAF, Rubens Menin, dispararam telefonemas ferozes sobre a prefeitura, com ameaça de expor detalhes da doença do prefeito. A mistura de interesses do Atlético com o poder público vem de longe, desde que o governo mineiro comprou por duas vezes outro terreno do clube de empresa construtora de shoppings. No segundo tempo do jogo, os vereadores vão derrubar o veto do prefeito.
Pacheco como vice de Lula
As últimas conversas em Brasília especulam sobre o futuro político do senador Rodrigo Pacheco (PSD), que se recusa a disputar o Governo de Minas. Dizem que irá voltar ao MDB para ser candidato a vice na chapa de reeleição de Lula. A possibilidade abre caminho para que o vice-governador Mateus Simões troque o Novo pelo PSD e dispute o governo estadual. O vazamento das primeiras conversas em Minas jogou o assunto no campo do sigilo.
Prefeito renuncia pela Ceasa
Faltando 15 dias para encerrar o mandato, o prefeito de Boa Esperança (Sul), Hideraldo Henrique Silva, vai renunciar após quase oito anos no cargo. Ele toma posse, na próxima quarta (18), na presidência da CeasaMinas, na sede da instituição, em Contagem (Grande BH). Indicado pelo senador Rodrigo Pacheco, Hideraldo disse que irá implementar ações que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico regional e fortalecimento da segurança alimentar. A CeasaMinas é uma das maiores redes de abastecimento do país.
Prefeita por 15 dias
Com a renúncia de Hideraldo, a vice Silvana de Fátima (MDB) assumirá a Prefeitura de Boa Esperança nos 15 dias finais do atual mandato. No dia seguinte, tomará posse como vereadora, já que se elegeu nas últimas eleições. O futuro prefeito da cidade será Aroldo Medeiros (Avante), que foi secretário de Cultura e Turismo do atual mandato. Ele venceu Dilzon Melo (PL), de 80 anos, que, depois de ter sido prefeito de Varginha (Sul) e deputado estadual por 28 anos, tentava voltar à política.
Negação da doença
Os marqueteiros sabatinados pelo Novo e o governo Zema saíram de lá com duas avaliações comuns: o partido do governador desconhece a finalidade do marketing político e a expertise demonstrada pelo secretário da Casa Civil, Marcelo Aro (PP). Segundo eles, é como se os chefes do Novo quisessem contratar um médico para fazer o que eles querem, e não para cuidar da doença e suas causas.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
Posse em cadeira de rodas
O prefeito reeleito de BH, Fuad Noman, já aceitou a situação de que deverá tomar posse, no dia 1º de janeiro, em cadeira de rodas com a qual sairá da internação nos próximos dias. Terá que conviver com o dispositivo, pelo menos, nos próximos 90 dias. Sua casa já está sendo adaptada para recebê-lo. Após três meses, será reavaliado para saber se poderá dispensar o equipamento. O positivo em tudo é que, o mais grave, o câncer, já estaria controlado.