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Tiago Baumfeld
Tiago Baumfeld
Ortopedista Especialista em Pé e Tornozelo. Doutor em Ortopedia pela UFMG.
Pé & tornozelo

Evolução da cirurgia do tendão de Aquiles

Um dos maiores avanços na última década foi a popularização das técnicas minimamente invasivas

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A cirurgia do tendão de Aquiles tem passado por avanços significativos nas últimas décadas, impulsionada por novas tecnologias, técnicas cirúrgicas mais refinadas e uma compreensão mais profunda da biomecânica e biologia desse tendão crucial. O tendão de Aquiles, o mais forte e espesso do corpo humano, é essencial para atividades como caminhar, correr e saltar. Sua ruptura, frequentemente associada a esportes ou atividades físicas intensas, representa um desafio significativo tanto para pacientes quanto para cirurgiões.

Técnicas abertas tradicionais
No passado, a abordagem cirúrgica tradicional para reparar o tendão de Aquiles envolvia uma incisão grande para permitir uma visualização direta do tendão rompido. Essa técnica, embora eficaz para alinhar adequadamente as extremidades do tendão, frequentemente resultava em complicações como infecções, aderências e dificuldades no processo de cicatrização. Apesar dessas limitações, a técnica aberta ainda é usada em casos específicos, como rupturas crônicas ou quando há grande retração das extremidades do tendão.

Cirurgia minimamente invasiva
Um dos maiores avanços na última década foi a popularização das técnicas minimamente invasivas. Essas abordagens envolvem incisões muito menores, através das quais o cirurgião utiliza instrumentos especializados para suturar as extremidades rompidas do tendão.
Estudos comparativos demonstraram que a cirurgia minimamente invasiva está associada a taxas mais baixas de complicações, menor risco de infecções e recuperação mais rápida em comparação com as técnicas abertas tradicionais. Além disso, a cicatriz reduzida tem um impacto estético mais favorável para os pacientes.

Uso de enxertos e biomateriais
Em casos de rupturas graves ou crônicas, onde há perda significativa de tecido tendíneo, o uso de enxertos e biomateriais tornou-se uma alternativa viável. Tecidos autólogos (do próprio paciente) ou alogênicos (de doadores) podem ser utilizados para reforçar a área lesionada. Além disso, biomateriais sintéticos, como membranas biológicas, têm mostrado resultados promissores.

Integração de terapias biológicas
Além das técnicas cirúrgicas, a ciência médica avançou na aplicação de terapias biológicas para otimizar a recuperação do tendão de Aquiles. O uso de fatores de crescimento,Fibrina Rica em Plaquetas (FRP) e células-tronco tem ganhado destaque como métodos auxiliares para acelerar o processo de cicatrização e melhorar a qualidade do tecido regenerado.

Fibrina rica em plaquetas (FRP)
A FRP é obtida do sangue do próprio paciente e contém uma alta concentração de plaquetas, que liberam fatores de crescimento essenciais para o reparo tecidual. A aplicação de FRP diretamente no local da lesão, tanto durante quanto após a cirurgia, tem mostrado potencial para reduzir a dor, acelerar a cicatrização e melhorar os resultados funcionais.

Células-tronco
O uso de células-tronco mesenquimais tem a capacidade de se diferenciar em células tendíneas e promover a regeneração do tecido lesionado. Embora ainda sejam necessários mais estudos clínicos de longo prazo, os resultados preliminares sugerem que essa abordagem pode transformar o tratamento de lesões complexas do tendão de Aquiles.

A importância da reabilitação pós-operatória
Atualmente, a reabilitação precoce e funcional é considerada um componente chave para o sucesso do tratamento. Protocolos modernos incentivam a mobilização controlada e a carga progressiva logo nas primeiras semanas após a cirurgia. O uso de botas ortopédicas ajustáveis permite que o paciente inicie a movimentação de forma segura, reduzindo o risco de re-rupturas.

O futuro da cirurgia
À medida que a tecnologia continua a evoluir, é provável que vejamos avanços ainda mais impressionantes no tratamento das lesões do tendão de Aquiles. A integração de inteligência artificial e realidade aumentada nas cirurgias promete aumentar ainda mais a precisão dos procedimentos.
Além disso, novos biomateriais, terapias genéticas e medicamentos que modulam a cicatrização tecidual estão atualmente em desenvolvimento. Essas inovações têm o potencial de reduzir drasticamente os tempos de recuperação e melhorar a qualidade do tecido regenerado.

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