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ARTES CÊNICAS

Musical destaca a importância de Assis Chateaubriand para a cultura do país

"Chatô e os Diários Associados – 100 anos de uma paixão" mostra que o pioneiro da comunicação apoiou estrelas da música brasileira

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icone relogio 18/12/2024 04:00
Elenco de

Elenco de "Chatô e os Diários Associados – 100 anos de uma paixão" no pocket show realizado no Teatro Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, na segunda-feira à noite (16/12)

crédito: Patrícia Lerra/divulgação

 

Rio de Janeiro – Foi preciso muita agilidade para pôr no palco o pocket show de “Chatô e os Diários Associados – 100 anos de uma paixão”, musical que vai estrear em março no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.

 

 


Em cinco dias de ensaios, que levaram oito horas por dia, o elenco decorou 40 páginas do texto e 17 canções. A partitura também foi criada em cinco dias.

 


Valeu a pena. O público, que lotou o Teatro Copacabana Palace na segunda-feira (16/12) à noite, aplaudiu com entusiasmo cenas que retratam, com bom humor e canções queridas do imaginário nacional, parte de história de Assis Chateaubriand, o “Chatô” (1892-1968).

 

 

 


Pioneiro, o empresário paraibano fundou os Diários e Emissoras Associados, império brasileiro de comunicação erguido no século 20, que completa 100 anos agora. Pertencem ao grupo os jornais Estado de Minas, Aqui e Correio Braziliense, a TV Alterosa, a Rádio Tupi e o Portal Uai.

 


O musical vai contar a história de Assis Chateaubriand, mas é impossível separá-lo das trajetórias de Carmen Miranda, Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso, Linda Batista, Aracy de Almeida e Virgina Lane, entre outras estrelas da era de ouro do rádio brasileiro.

 


Ao ser contratada por Assis Chateaubriand para a Rádio Tupi com o maior salário do Brasil, Carmen Miranda protagoniza um dos episódios mais divertidos do espetáculo.

 

 

Stepan Nercessian, vestindo figurino laranja, faz o papel de Assis Chateaubriand e está sobre pedestal de estátua no musical sobre os 100 anos dos Diários Associados

Stepan Nercessian faz o papel de Assis Chateaubriand, que volta à vida no musical que vai estrear em março de 2025, no Rio de Janeiro

Patrícia Lerra/divulgação

 


No pocket show, foram apresentadas apenas 17 canções da montagem. “Vimos um resumo do resumo”, explicou o diretor musical Guto Graça Mello, lembrando que serão mais de duas horas de espetáculo, com repertório bem maior.

 


“O universo que cerca Chateaubriand e os Diários Associados é riquíssimo. Exploramos uma unha do que é isso, mesmo assim nos divertimos bastante. Estou doido para chegar janeiro e começarmos a ensaiar”, comentou o ator e cantor Cláudio Lins, que faz o papel do jornalista Fabiano.

 

 


Filho da atriz e cantora Lucinha Lins e do compositor Ivan Lins, Cláudio, de 52 anos, atuou em “Ópera do malandro”, “Elis, a musical” e “Rock in Rio – O musical”, entre outros espetáculos.

 

Sylvia Massari: "Será um grande espetáculo"

 


A atriz Sylvia Massari, de 77 anos, é uma das grandes referências dos palcos no Brasil. Ela faz o papel de Janete, secretária de Chateaubriand.

 


Ao longo de quase meio século de carreira, Sylvia participou de montagens de grande sucesso, como “Estrela Dalva” e “Evita”.

 


De acordo com ela, “100 anos de uma paixão” será um grande espetáculo. “Pelas músicas, vai atrair o público que conheceu a era do rádio”, previu, contando que as apresentações terão horários mais cedo, facilitando o acesso do público. “Virão as velhinhas da van”, brincou, referindo-se às caravanas de senhoras que costumam frequentar os teatros cariocas.

 

Atriz Sylvia Massari usa figurino com saia branca de bolinhas pretas e está junto do ator Cláudio Lins em cena de musical sobre Assis Chateaubriand e os 100 anos dos Diários Associados

Sylvia Massari (de saia branca de bolinhas pretas) sobe ao palco aos 77 anos para interpretar Janete, secretária de Assis Chateaubriand

Patrícia Lerra/divulgação

 


De cara, Stepan Nercessian conquistou a plateia do pocket show com o seu Chatô. “Foi pouco tempo de ensaio. Nesta primeira apresentação para o público, ficamos meio perdidos”, comentou o ator, mais relaxado após a reação positiva da plateia.

 


“Tenho de aprofundar mais a composição do personagem. Partes do texto que ainda vão entrar darão mais consistência a ele. Fiz um Chatô alegre”, explicou.

 


Nercessian lamentou o fato de não ter acesso ao registro da voz de Assis Chateaubriand. “Por incrível que pareça, não consegui a voz dele, um cara dono de rádio e televisão. Olhamos em tudo quanto é lugar, no YouTube, mas não achamos. A voz que está aí é a voz que saiu de mim”.

 


Escrita por Fernando Morais e pelo dramaturgo Eduardo Bakr, a história começa quando Fabiano (Cláudio Lins), jornalista desempregado e youtuber, tenta salvar o busto de Chatô de mais um ataque de vândalos, que levam a caneta da estátua. Assis Chateaubriand ganha vida e convida o jornalista para escrever sua biografia.

 

Fernando Morais revê Assis Chateaubriand

 


Fernando Morais comemorou seu reencontro com Chateaubriand. O jornalista e escritor mineiro é autor de “Chatô – O rei do Brasil” (Companhia das Letras), biografia lançada em 1994.

 


“Passei oito anos da minha vida bisbilhotando a vida dele, falando com gente no Brasil, na Inglaterra e em lugares por onde ele passou. É uma alegria estar aqui e poder contribuir. Os brasileiros, principalmente a meninada, não sabem da importância de Chatô para a música brasileira e para a cultura do país”, afirmou o jornalista e escritor, após assistir ao pocket show.

 


Fernando citou o Museu de Arte de São Paulo (Masp) como um dos grandes legados de seu biografado. Diz que “não tem fim” o que Assis Chateaubriand estimulou, produziu, criou e patrocinou na cultura brasileira.

 


“As pessoas se lembram mais de Chatô como o grande dono do império Associados, mas não se lembram de coisas maravilhosas como a relação dele com a música brasileira”, observou o escritor e jornalista.

Musical destaca a importância de Assis Chateaubriand para a cultura do país - Estado de Minas
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Musical destaca a importância de Assis Chateaubriand para a cultura do país

"Chatô e os Diários Associados – 100 anos de uma paixão" mostra que o pioneiro da comunicação apoiou estrelas da música brasileira

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Elenco de "Chatô e os Diários Associados – 100 anos de uma paixão" no pocket show realizado no Teatro Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, na segunda-feira à noite (16/12)

crédito: Patrícia Lerra/divulgação

 

Rio de Janeiro – Foi preciso muita agilidade para pôr no palco o pocket show de “Chatô e os Diários Associados – 100 anos de uma paixão”, musical que vai estrear em março no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.

 

 


Em cinco dias de ensaios, que levaram oito horas por dia, o elenco decorou 40 páginas do texto e 17 canções. A partitura também foi criada em cinco dias.

 


Valeu a pena. O público, que lotou o Teatro Copacabana Palace na segunda-feira (16/12) à noite, aplaudiu com entusiasmo cenas que retratam, com bom humor e canções queridas do imaginário nacional, parte de história de Assis Chateaubriand, o “Chatô” (1892-1968).

 

 

 


Pioneiro, o empresário paraibano fundou os Diários e Emissoras Associados, império brasileiro de comunicação erguido no século 20, que completa 100 anos agora. Pertencem ao grupo os jornais Estado de Minas, Aqui e Correio Braziliense, a TV Alterosa, a Rádio Tupi e o Portal Uai.

 


O musical vai contar a história de Assis Chateaubriand, mas é impossível separá-lo das trajetórias de Carmen Miranda, Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso, Linda Batista, Aracy de Almeida e Virgina Lane, entre outras estrelas da era de ouro do rádio brasileiro.

 


Ao ser contratada por Assis Chateaubriand para a Rádio Tupi com o maior salário do Brasil, Carmen Miranda protagoniza um dos episódios mais divertidos do espetáculo.

 

 

Stepan Nercessian, vestindo figurino laranja, faz o papel de Assis Chateaubriand e está sobre pedestal de estátua no musical sobre os 100 anos dos Diários Associados

Stepan Nercessian faz o papel de Assis Chateaubriand, que volta à vida no musical que vai estrear em março de 2025, no Rio de Janeiro

Patrícia Lerra/divulgação

 


No pocket show, foram apresentadas apenas 17 canções da montagem. “Vimos um resumo do resumo”, explicou o diretor musical Guto Graça Mello, lembrando que serão mais de duas horas de espetáculo, com repertório bem maior.

 


“O universo que cerca Chateaubriand e os Diários Associados é riquíssimo. Exploramos uma unha do que é isso, mesmo assim nos divertimos bastante. Estou doido para chegar janeiro e começarmos a ensaiar”, comentou o ator e cantor Cláudio Lins, que faz o papel do jornalista Fabiano.

 

 


Filho da atriz e cantora Lucinha Lins e do compositor Ivan Lins, Cláudio, de 52 anos, atuou em “Ópera do malandro”, “Elis, a musical” e “Rock in Rio – O musical”, entre outros espetáculos.

 

Sylvia Massari: "Será um grande espetáculo"

 


A atriz Sylvia Massari, de 77 anos, é uma das grandes referências dos palcos no Brasil. Ela faz o papel de Janete, secretária de Chateaubriand.

 


Ao longo de quase meio século de carreira, Sylvia participou de montagens de grande sucesso, como “Estrela Dalva” e “Evita”.

 


De acordo com ela, “100 anos de uma paixão” será um grande espetáculo. “Pelas músicas, vai atrair o público que conheceu a era do rádio”, previu, contando que as apresentações terão horários mais cedo, facilitando o acesso do público. “Virão as velhinhas da van”, brincou, referindo-se às caravanas de senhoras que costumam frequentar os teatros cariocas.

 

Atriz Sylvia Massari usa figurino com saia branca de bolinhas pretas e está junto do ator Cláudio Lins em cena de musical sobre Assis Chateaubriand e os 100 anos dos Diários Associados

Sylvia Massari (de saia branca de bolinhas pretas) sobe ao palco aos 77 anos para interpretar Janete, secretária de Assis Chateaubriand

Patrícia Lerra/divulgação

 


De cara, Stepan Nercessian conquistou a plateia do pocket show com o seu Chatô. “Foi pouco tempo de ensaio. Nesta primeira apresentação para o público, ficamos meio perdidos”, comentou o ator, mais relaxado após a reação positiva da plateia.

 


“Tenho de aprofundar mais a composição do personagem. Partes do texto que ainda vão entrar darão mais consistência a ele. Fiz um Chatô alegre”, explicou.

 


Nercessian lamentou o fato de não ter acesso ao registro da voz de Assis Chateaubriand. “Por incrível que pareça, não consegui a voz dele, um cara dono de rádio e televisão. Olhamos em tudo quanto é lugar, no YouTube, mas não achamos. A voz que está aí é a voz que saiu de mim”.

 


Escrita por Fernando Morais e pelo dramaturgo Eduardo Bakr, a história começa quando Fabiano (Cláudio Lins), jornalista desempregado e youtuber, tenta salvar o busto de Chatô de mais um ataque de vândalos, que levam a caneta da estátua. Assis Chateaubriand ganha vida e convida o jornalista para escrever sua biografia.

 

Fernando Morais revê Assis Chateaubriand

 


Fernando Morais comemorou seu reencontro com Chateaubriand. O jornalista e escritor mineiro é autor de “Chatô – O rei do Brasil” (Companhia das Letras), biografia lançada em 1994.

 


“Passei oito anos da minha vida bisbilhotando a vida dele, falando com gente no Brasil, na Inglaterra e em lugares por onde ele passou. É uma alegria estar aqui e poder contribuir. Os brasileiros, principalmente a meninada, não sabem da importância de Chatô para a música brasileira e para a cultura do país”, afirmou o jornalista e escritor, após assistir ao pocket show.

 


Fernando citou o Museu de Arte de São Paulo (Masp) como um dos grandes legados de seu biografado. Diz que “não tem fim” o que Assis Chateaubriand estimulou, produziu, criou e patrocinou na cultura brasileira.

 


“As pessoas se lembram mais de Chatô como o grande dono do império Associados, mas não se lembram de coisas maravilhosas como a relação dele com a música brasileira”, observou o escritor e jornalista.