A Orquestra Ouro Preto lança seu primeiro registro fonográfico de canções natalinas, baseado no espetáculo “Auto de Natal”, criado em 2010 e reapresentado no início deste mês no Sesc Palladium, em Belo Horizonte.
Com arranjos originais do compositor e violinista Mateus Freire, o EP “Natal” traz as faixas “Jingle bells”, “Noite feliz” e “Sapatinho de Natal (deixei meu sapatinho)”.
A escolha dos temas foi orientada pela feição inovadora que o arranjador imprimiu a eles, afirma o maestro Rodrigo Toffolo.
“São três arranjos que consideramos muito diferenciados. O Mateus acertou muito. São versões únicas, que possibilitam audição renovada”, garante o regente.
De acordo com Toffolo, a popular “Jingle bells”, composta em 1857 por James Lord Pierpont, ganhou “versão vibrante” da Orquestra Ouro Preto (OOP). Já “Noite feliz” ficou “emotiva e envolvente”. Com melodia de Franz Xaver Gruber e letra de Joseph Mohr, esse tema surgiu em 1818, na Áustria. Por sua vez, “Sapatinho de Natal”, canção tradicional brasileira, teve realçadas as raízes na cultura popular.
O EP é fruto da parceria com a MSK Records, que realizou outros projetos com a OOP. Destacam-se “Gênesis”, em colaboração com o cantor e compositor João Bosco, e “No balanço do balaio”, com músicas de Vander Lee (1966-2016).
"Auto da Compadecida" e A-Ha
A gravadora também foi responsável pelo lançamento de “Auto da Compadecida, a ópera” (derivado do espetáculo que estreou em 2022) e de “Orquestra Ouro Preto: A-Ha”.
O ano foi de muito trabalho. Nos últimos dois meses, a OOP apresentou sua adaptação de
“A metamorfose”, de Kafka; fez concerto dedicado a Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Norte; e comandou o Rock Festival, em 14 e 15 deste mês, no Palácio das Artes, com repertório de Led Zeppelin, Rolling Stones, Metallica e Beatles. Também houve a estreia da ópera “Hilda Furacão”, baseada no romance de Roberto Drummond.
“A orquestra se especializou na constante criação de repertório novo. Aprendemos a fazer isso economizando tempo, economizando trabalho e sempre oferecendo arranjos exclusivos, o que nos dá identidade. O que a Orquestra Ouro Preto faz você só vê com a Orquestra Ouro Preto”, diz Rodrigo Toffolo.
“Problemas sempre existem para quem vive de cultura no Brasil, mas posso afirmar que tivemos grandes momentos”, comenta o maestro, referindo-se a 2024. Ele destaca apresentações da OOP ao ar livre na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e na Avenida Paulista, em São Paulo, além da estreia de “Hilda Furacão”, a segunda montagem operística do grupo baseada em obra literária brasileira.
Por meio dessas ações, a OOP “mostra sua vocação para o novo e forma novas plateias”, afirma Toffolo. O maestro diz que 2025 promete ser ainda mais intenso, pois marca as duas décadas e meia de carreira do grupo.
“Vamos comemorar os 25 anos de um projeto ininterrupto, que segue forte, com audiência expressiva. Fico muito feliz de poder entrar na casa dos 25 com estrutura cada vez mais firme e madura, representando a cultura mineira no Brasil e no mundo”, ressalta.
A agenda do próximo ano não está fechada. “Teremos estreias importantes, com material novo sendo preparado para os palcos e também sendo gravado. A Orquestra Ouro Preto estará presente em várias capitais do país, no interior de Minas e nos interiores do Brasil”, promete Rodrigo Toffolo.
“NATAL”
EP da Orquestra Ouro Preto
Três faixas
MSK Records
Disponível em todas as plataformas digitais