Basta colocar uns óculos de realidade virtual para o leitor se encontrar no Egito Antigo, às margens do Rio Nilo. Mais especificamente, no Vale dos Reis, onde foi descoberta, ainda intacta, a tumba do faraó Tutancâmon, em 1922, pelo arqueólogo britânico Howard Carter (1874-1939).
A sensação faz parte da exposição “Tutankamon, uma experiência imersiva”, em cartaz a partir desta sexta-feira (3/1), no BH Shopping, e que repassa a trajetória de uma das figuras mais instigantes da história.
Filho do rei Akhenaton, Tutancâmon pertenceu à 18ª dinastia e teve uma vida – e reinado – breves. Morto em 1323 a.C., aos 19 anos, ele foi um dos faraós menos prestigiados de seu tempo e teve como principal legado a restauração de velhos costumes do reino.
Tutancâmon ascendeu ao trono com 9 anos e, por isso, ficou conhecido como “menino rei”. Casou-se com Ankhesenamun, provável filha de Akhenaton com a rainha Nefertiti; e não deixou herdeiros. Os dois filhos que teve morreram ao nascer e seus corpos também estavam mumificados na tumba descoberta em 1922.
Causa da morte
Há dúvidas em relação à causa da morte de Tutancâmon. Alguns pesquisadores sugerem que ele foi vítima de assassinato, enquanto outros suspeitam que de uma doença degenerativa manifestada em pessoas nascidas de relações entre irmãos ou com grau de parentesco muito próximos. Todas essas informações foram descobertas com base nos hieróglifos da tumba do faraó e estão na exposição imersiva.
“Nós temos dois óculos de realidade virtual em que a pessoa acompanha toda a jornada do Tutancâmon até o juízo final”, afirma o diretor da mostra, Hugo Teixeira. “O segundo par de óculos nós disponibilizamos para grupos de 25 pessoas. Elas experimentam ali o universo paralelo ou metaverso de Tutancâmon, podendo interagir umas com as outras dentro daquele universo, além de interagirem com o conteúdo da mostra”, explica Teixeira.
“Tutankamon, uma experiência imersiva” é uma exposição que teve início na Espanha, com curadoria do historiador e jornalista Nacho Ares. No Brasil, passou por São Paulo e Curitiba.
Além dos óculos de realidade virtual, a mostra conta com projeção de documentos sobre o faraó, réplicas de itens encontrados na tumba – entre eles, a icônica máscara mortuária de Tutancâmon – e espaço interativo com inteligência artificial.
“Há seis cabines de foto instantânea, com 250 tipos de almas egípcias”, diz Teixeira. “Ou seja, a pessoa vai tirar a foto de si mesma e já vai se ver como um faraó, servo, soldado, sacerdote ou qualquer outro tipo de personalidade que existiu no Egito Antigo”, cita.
De acordo com o diretor da mostra, ela tem o objetivo de estimular o estudo da história. “Quando a pessoa se vê como parte da história, o interesse dela aumenta muito mais. Imagine como seria a reação de uma criança ao estudar o paleolítico de maneira imersiva”, afirma Teixeira.
“Por isso, é necessário investirmos cada vez mais nessas tecnologias, não só como business, mas como cultura e educação”, opina.
“TUTANKAMON, UMA EXPERIÊNCIA IMERSIVA
Desta sexta-feira (3/1) até 30 de março, no estacionamento do piso Ouro Preto do BH Shopping (Rodovia BR 356, 3.049, Belvedere; entrada pela Portaria H). De terça-feira a sábado, das 10h às 21h; domingos e feriados, das 11h às 21h. Ingressos: R$ 80 (inteira / para visitas de terça a sexta-feira, até 18h); R$ 90 (inteira / para visitas de terça a sexta-feira, após 18h) e R$ 110 (inteira / para visitas nos sábados e domingos), no Ticketmastar.