Legítimo Rocambole: de Lagoa Dourada para a capital -  (crédito: André Youssef/Divulgação)
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Legítimo Rocambole: de Lagoa Dourada para a capital

crédito: André Youssef/Divulgação

 

Viajar por Minas Gerais vai além de paisagens encantadoras e histórias cativantes, é uma jornada gastronômica que conquista corações e paladares. Para os aventureiros de plantão, fazer aquela pausa estratégica durante o caminho é tão importante quanto o destino final. Melhor ainda é saber que alguns desses lugares estenderam suas raízes para Belo Horizonte, trazendo o gostinho das estradas diretamente para a capital. Por isso, aperte o cinto de segurança e se prepare para embarcar em um roteiro para conhecer três paradas de viagem obrigatórias que também possuem unidades em BH.

 


Quem cruza a BR-040 sabe que uma viagem entre a capital mineira e o Rio de Janeiro só é completa com uma parada no Roselanche. Fundado em 1969 pelos irmãos Adilson e Aldemir Tonholo, o empreendimento começou, curiosamente, como um ponto de venda de rosas em Barbacena, na região do Campo das Vertentes, a cerca de 170 quilômetros de BH.

 

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“A família foi uma das primeiras a plantar rosas na região. O prédio de fachada, imponente para a época, contava com dois pavimentos, dividindo o espaço entre o comércio de flores e uma pequena lanchonete – daí o nome: Roselanche”, conta uma das filhas de Aldemir e sócia do estabelecimento, Giovanna Baumgratz Tonholo.

 

Na capital, o famoso pão de queijo do Roselanche é vendido congelado: basta aquecer e saborear

Na capital, o famoso pão de queijo do Roselanche é vendido congelado: basta aquecer e saborear

Roselanche/Divulgação
 


Com o passar do tempo, os sabores e a localização privilegiada em uma das principais rodovias do estado deram espaço para o crescimento do negócio, ainda tímido. Em 1977, a construção passou a abrigar um restaurante completo e uma lanchonete. As rosas agora são comercializadas em um espaço anexo. “Desde então, o local é referência na BR-040, citado no extinto Guia Quatro Rodas como parada obrigatória nas viagens entre as capitais mineira e fluminense”, destaca Giovanna.


Em outubro de 2021, o Roselanche inaugurou uma unidade no Shopping 5ª Avenida, na Savassi, Região Centro-Sul de BH (que agora está do outro lado da rua). Em menos de dois anos, eles abriram o segundo ponto no Bairro Belvedere, oferecendo aos clientes alguns dos principais produtos da lanchonete, disponíveis na versão congelada. Por lá, o público encontra opções como pão de queijo, coxinha, cigarrete, quibe, empadinhas, tortas e a linha completa de doces para se deliciar sem precisar pegar estrada.

 

Pegou, levou


“Todos os produtos estão prontos, basta aquecer e saborear. Por serem em forma de empório, as lojas não servem nada para consumo no local”, explica a sócia.

 


Já na matriz, em Barbacena, o cardápio extenso atrai não apenas os viajantes, mas também moradores de cidades vizinhas, que buscam refúgio e boa comida aos fins de semana, especialmente aos domingos, quando o público chega a cinco mil pessoas.


“Os carros-chefes são o sanduíche de pão de queijo com filé e o cigarrete, além da linha de doces caseiros, bolos e tortas de sabores como frango, palmito e camarão”, aponta Giovanna. Aos amantes do prato cheio, o Roselanche também oferece opções como parmegiana e tropeiro para o almoço.


Em BH, a loja funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e aos sábados, das 10h às 14h. Já na sede, o Roselanche está a postos para receber os viajantes todos os dias da semana, das 6h às 21h.


Legitimidade centenária


Quem nunca ouviu falar de O Legítimo Rocambole? Presente em três localidades em Minas Gerais, essa parada possui mais de 120 anos de tradição e é obrigatória em viagens para cidades históricas como São João del-Rei e Tiradentes, na Região Central do estado. Tradicional no município de Lagoa Dourada, na mesma região, o produto veio de longe por volta de 1900.

 

Inaugurada há pouco mais de um ano, a unidade de O Legítimo Rocambole em BH preserva o legado de um libanês

Inaugurada há pouco mais de um ano, a unidade de O Legítimo Rocambole em BH preserva o legado de um libanês

André Youssef/Divulgação
 


“Meu bisavô, Miguel Youssef, era libanês e veio para o Brasil como imigrante. Junto com ele, trouxe a receita do rocambole. Quando chegou, conheceu minha bisavó em Lagoa Dourada, onde se casaram e abriram um pequeno negócio”, conta o bisneto André Youssef, que comanda a marca passada de geração em geração.


Inicialmente, era feito apenas um rocambole por dia, no sabor único de doce de leite, e servido como tira-gosto. “Na época, não havia esse prato no Brasil. Até onde sabemos, o ‘legítimo’ no nome veio por ele ter sido o primeiro a trazer o rocambole para o país. Quando criaram as BRs 381 e 262, os viajantes começaram a parar na loja para experimentar a iguaria”, alega.


Por volta dos anos de 1960, o avô de André, Paulo Miguel do Líbano, assumiu a marca e começou a criar embalagens para as pessoas levarem um rocambole como presente ou lembrança. A fama do doce foi se consolidando e o negócio, passando de geração em geração. “Depois do meu avô, quem assumiu foi meu pai, Ricardo Youssef, por volta dos anos de 1990. Com ele, veio a criação de propagandas, como placas na estrada para atrair mais pessoas”, destaca.

 


Segundo o atual administrador, a cidade de Lagoa Dourada, que ainda era tímida, passou a ser reconhecida como a capital nacional do rocambole. Em 2000, mais sabores foram inseridos e hoje já são mais de 40.

 

Recheios variados


“O carro-chefe disparado ainda é o de doce de leite. Mas também há goiabada, chocolate, Nutella e as variações com base de doce de leite com nozes, morango e coco. Nas três unidades, compramos quase cinco toneladas de doce a cada cinco dias”, afirma. O cardápio ainda conta com a caçarola italiana feita de queijo, o cubu – broa enrolada na folha de bananeira – e salgados fritos e assados.

 

A massa fofinha de rocambole pode ter recheio e calda de morango

A massa fofinha de rocambole pode ter recheio e calda de morango

André Youssef/Divulgação
 


Por estar em uma região privilegiada, perto de grandes pontos turísticos, a loja de Lagoa Dourada é campeã de visitantes. “Nos fins de semana, recebemos cerca de 500 pessoas por dia. No sábado dia 7/12, por exemplo, uma caravana estava indo para Tiradentes e um total de 10 ônibus de viagem lotados parou na loja”, ressalta Youssef.


As unidades de O Legítimo Rocambole ficam em Lagoa Dourada (segunda a sábado, das 6h às 21h, e domingo, das 7h às 21h), BH (segunda a sábado, das 6h às 21h, e domingo, das 8h às 20h) e São João del-Rei (todos os dias, das 6h às 20h).


De boca em boca


A próxima parada é recheada de quitandas mineiras e o cheirinho irresistível de delícias saindo do forno. Foi isso que deu fama a Eliana Bretas de Assis, quitandeira de “mão cheia”, que mesmo falecida em 2019, aos 84 anos, ainda mantém sua tradição nas lojas carinhosamente apelidadas de Tia Eliana.

 

Prestes a completar 50 anos, Tia Eliana oferece salgadinhos para lanchar na loja e recebe encomendas para festas

Prestes a completar 50 anos, Tia Eliana oferece salgadinhos para lanchar na loja e recebe encomendas para festas

Tia Eliana/Divulgação


Tudo começou na cidade natal da cozinheira, Santa Maria de Itabira, localizada entre os municípios de Itabira e Guanhães, na Região Leste do estado. “Antigamente, todo mundo que saía de BH com destino às cidades próximas passava pela BR-381, exatamente em frente onde era a casa dela, e queria comer alguma coisa”, conta Euzébio de Andrade, da agência Amplo Brasil, hoje responsável pela marca.


Os viajantes, então, acabavam parando no meio do caminho para “abastecer” e experimentar uma broa ou um biscoitinho que transmitiam a fartura do bom mineiro. “O boca a boca transformou as quitandas de Eliana em uma tradição para os viajantes da região e ela começou a ficar famosa”, relata.


A informalidade se transformou em um negócio que, em breve, completará 50 anos. “A tia Eliana e suas irmãs Zélia e Terezinha foram se ajudando e dando formato para a marca atual, preparando o espaço físico, colocando uma plaquinha. Até que, em 1 de maio de 1978, inauguraram a Cantina Tia Eliana, em Santa Maria de Itabira”, diz Euzébio.

 

Indústria de delícias


O tempo passou e, em 2005, a empresa deixou de ser “só um comércio de beira de estrada” para se tornar uma indústria que abastece diversas regiões do Brasil. Além das lojas na cidade-sede, há unidades em BH, Teófilo Otoni, Caeté e Ipatinga, todas ligadas à capital pela BR-381. O intuito é sempre ter por perto uma Tia Eliana para matar aquela vontade de comer um pão de queijo quentinho ou um salgadinho que abraça o estômago.

 


O estabelecimento ainda atende diversas redes de varejo pelo país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e algumas localidades no Nordeste. “Existem hoje dois clientes: a pessoa física e as empresas que desejam ter um produto da Tia Eliana para revender, seja pronto para consumo ou congelado. Isso acontece com salgadinhos, tortas e bolos de aniversário”, explica Euzébio.


A loja de BH está localizada no Bairro Santa Efigênia, Região Leste, e funciona de segunda a sábado, das 9h às 17h. No cardápio, está disponível uma variedade de opções como pastéis, bauru, empadas, mini pizzas, coxinha, brigadeiro, tortas, mousses e bombons.

 

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Serviço


Roselanche (@roselanche)
Rua Alagoas, 1283 – Savassi
(31) 98328-2938

Legítimo Rocambole (@olegitimorocambole_)
Avenida do Contorno, 6739 – Lourdes
(31) 97187-3549

Tia Eliana (@tiaelianaoficial)
Avenida do Contorno, 3390 – Santa Efigênia
(31) 3241-2970

 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino