Três marcas mineiras ganharam medalhas no Academy of Chocolate Awards, premiação da organização independente Academy of Chocolate, realizada em Londres, que identifica e destaca os produtores de chocolate mais talentosos do mundo e suas criações. São elas: Kaê Chocolates, de Varginha; Kalapa Chocolate Sensorial, de Belo Horizonte; e ODLE Chocolates, de Sete Lagoas.
O prêmio abrangem diversas categorias, incluindo barras de chocolate intenso puro, intenso com inclusão (termo usado quando há no chocolate alguma adição de ingrediente como castanhas, sal, frutas etc ou todo e qualquer elemento que não contemple a formulação básica de chocolate), ao leite puro e branco com inclusão. As distinções são concedidas em níveis como Bronze, Prata e Ouro, reconhecendo a excelência em cada segmento.
Além disso, há prêmios especiais, como o "Golden Bean" e o "Golden BonBon", atribuídos apenas quando há uma entrada excepcional na categoria geral. A última edição contou com mais de 1400 chocolates inscritos. A seguir, conheça as marcas mineiras.
Kaê Chocolates
Jorge Klotz e a esposa moravam na Bahia quando decidiram abrir a Kaê pela paixão pelo chocolate: "A gente ia se mudar para a Suíça e eu queria trabalhar com isso lá, porque sou descendente de suíços e tenho dupla nacionalidade. No fim, ficamos na Bahia mesmo, é um local com muito cacau, então era possível estudar bastante".
A empresa foi crescendo quando, infelizmente, a esposa de Jorge faleceu no parto do segundo filho do casal: "Foi um tempo difícil, meu filho mais velho tinha dois anos na época, minha bebê era recém-nascida, então resolvi me mudar para Varginha, que é a cidade da minha esposa".
O casal sempre brincava que um dia iriam fazer o melhor chocolate do mundo: "Logo depois que minha esposa faleceu, com a fábrica fechada, recebi um e-mail de Nova York dizendo que eu ganhei um prêmio com um dos melhores chocolates do mundo. Nesse momento, senti que era a hora de voltar a fazer chocolate", diz. Com um cardápio inspirado em ingredientes tipicamente brasileiros, a Kaê foi premiada com Ouro pelo chocolate "Kaê 55% com cumaru" e prata com o "Kaê 64% com cupuaçu".
Kalapa Chocolate Sensorial
Luiza Santiago, proprietária da marca, explica: "É a primeira vez que a Kalapa participa de uma premiação internacional! É a mais importante do nosso setor (bean-to-bar, que é um modelo mais cuidadoso e responsável de produção de chocolate)". Na Kalapa, o chocolate é feito desde o grão {bean-to-bar}, com cacau agroecológico, ingredientes nativos e foco na sensorialidade. Por isso, é chamado de chocolate 'sensorial'. "É um chocolate de elevada cremosidade, com combinações inusitadas para levar novas sensações", explica.
A base do trabalho é o cacau de qualidade, de origem do Assentamento Dois Riachões, em Ibirapitanga, Bahia. "Vou lá todos os anos acompanhar a safra e temos uma relação muito próspera com os agricultores. É uma alegria acompanhar a evolução do trabalho deles e temos mais uma vez o reconhecimento deste, pois o chocolate 70% cacau é o maior indicador de qualidade e terroir que o cacau pode ter e nossa barra 70% já recebeu quatro prêmios", conta. "Nossa expertise (além de trabalhar o terroir do cacau) é criar combinações inusitadas e agora tivemos o reconhecimento das nossas invenções com a premiação", Luiza declara.
A marca recebeu a prata pelos chocolates "Maresia de Limão" (flor de sal e Limão, 70% cacau), "O Clássico" (70% cacau) e o "Café de Histórias" (Nibs de café com leite de coco, 61% cacau); e o bronze pelo "Embalo Crocante" (castanha de baru e cumaru, 61% cacau) e o "Bocados" (milho e alecrim, 61% cacau).
ODLE Chocolates
Com um quadro de colaboradores 90% feminino, a empresa começou em 2016, na cidade de Sete Lagoas, movida por um propósito de criar conexões profundas com a natureza, com as pessoas e com os sentidos. "Produzindo chocolates no método bean to bar, cuidamos de cada etapa – da amêndoa à barra – para oferecer ao mundo o sabor autêntico do Brasil", conta Tânia Odlevak, fundadora e diretora criativa da marca.
Na pandemia, Tânia começou a tomar conta do chocolate que foi feito para o filho: "Esse chocolate não era para ser vendido, não era o nosso objetivo comercializar, mas aconteceu. Desde 2021, quando eu resolvi mesmo assumir o chocolate, que veio o primeiro prêmio. A gente fica muito orgulhosos de nós e de Minas, porque estamos colocando o estado em um cenário nacional e internacional do chocolate", declara.
A ODLE conquistou duas pratas com os chocolates "Branco com café arábica" também conhecido como Leite com Café, e o "Branco com açafrão e especiarias", chamado de Leite Dourado.
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*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino