A Inteligência Artificial (IA) tem se integrado cada vez mais ao nosso dia a dia, marcando presença em diferentes áreas, como educação, trabalho e até mesmo na gastronomia. Um exemplo inovador é a cachaça Middas, produzida em Dracena, cidade no interior de São Paulo, uma das primeiras do mundo criada com a tecnologia.
Por trás da novidade está o empreendedor Leandro Dias e seu sócio, João Almeida. Em 2022, a dupla começou a fazer uso da Inteligência Artificial na empresa Middas, que já comercializava bebidas, mas apenas para fins administrativos. Admirado com os resultados da ferramenta, Leandro decidiu dar à IA mais uma função: fazer a própria cachaça.
A Middas Cachaça Reserva dos Proprietários é resultado disso. A IA foi a responsável por criar o blend da cachaça, ou seja, a mistura de diferentes cachaças para obter um produto com características únicas. Esse serviço foi feito a partir do feedback sobre as preferências dos clientes. Com isso, chegou-se ao blend de três cachaças envelhecidas por 10 anos em carvalho americano, carvalho francês e jequitibá rosa.
Segundo Leandro, "a IA foi bem sucedida em manter o patamar da Middas que os levou a conquistar prêmios em todos os continentes". O blend demonstra harmonia entre as madeiras e as tostas – processo de aplicação de calor na parte interna do barril de madeira, utilizado para envelhecer a cachaça e dar sabor – além de ressaltar cada nota e características sensoriais.
A cachaça tem notas de coco, baunilha, amêndoas, mel, além de especiarias e tabaco. Harmoniza com carnes vermelhas, chocolate e queijos mais encorpados.
Ouro como ingrediente
Outro diferencial da cachaça é o ouro como parte da receita. O ouro era consumido pelos reis do Egito por acreditarem ter poderes de purificar alma, corpo e espírito. Em outras partes do mundo, nos dias de hoje, o ouro está presente em algumas bebidas. Leandro queria que os brasileiros pudessem consumir ouro também.
“A cachaça sempre foi identificada como um produto de menor qualidade, para um público mais pobre. Mas a cachaça é tão nobre quanto qualquer outra bebida do mundo. São 35 tipos de madeira, com uma complexidade sensorial de sabores. Por isso colocamos ouro. A cachaça merece isso”, explicou.
O ouro utilizado na cachaça tem 23 quilates e é tratado por um laboratório alemão, de onde recebe o selo de certificado de pureza para alimentos da União Europeia.
O futuro da IA na gastronomia
Quando perguntado sobre a relação entre seres humanos e Inteligência Artificial, Dias a entende como aliada: “Ela vai substituir humanos que não estão sabendo utilizá-la. Essa é a grande questão. A IA sabe fazer muitas coisas sozinhas, é preciso aprender a usar a IA para colher benefícios”, opina.
O proprietário conta que o trabalho feito pela IA era antes feito por ele e exigia tempo, muitas anotações e “um nariz muito treinado”. A IA agiliza todo o processo.
Foram feitas apenas 1.000 unidades, todas numeradas e assinadas, o que aumenta ainda mais a exclusividade. A ideia é, segundo a Dias aderir ao uso da IA para os futuros rótulos.
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Quanto custa?
A Middas Cachaça Reserva dos Proprietários tem o valor de R$ 697. As garrafas são entregues em qualquer região do país e podem ser compradas através do site oficial.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino