No dia 12 de junho passado, o veículo da desembargadora do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Kárin Liliane de Lima Emmerich e Mendonça, capotou por várias vezes, parando com as rodas para cima, na rodovia que leva a Juiz de Fora, na Zona da Mata. Assim como os demais ocupantes do carro, ela saiu do acidente intacta, sem um arranhão: "Foi Deus e o cinto de segurança", reconheceu a católica praticante, de atuação fervorosa no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora de Fátima, na praça Carlos Chagas, em Belo Horizonte.


Além de comparecer às missas com assiduidade, sua presença é constante nesta paróquia. Ao lado do marido Alexandre Botelho de Mendonça, advogado, está à frente de duas pastorais: da Leitura e do Dízimo. É da responsabilidade de ambos, por exemplo, a coordenação geral do 4º Encontro de Casais com Cristo, dias 20, 21 e 22 de setembro. Embora com mais de 34 anos na magistratura, a desembargadora se desdobra em atividades extracurriculares, geralmente, com o propósito de ajudar ao próximo.


Kárin Emmerich tem uma atuação vibrante na política associativa. Ela responde hoje pela presidência da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica (2023-2026), seção Minas Gerais, e ocupa o cargo de vice corregedora geral do TJMG (2024-2026). Integrante da 9a Câmara Criminal Especializada, desde 2022, já fez mais de 70 palestras com enfoque na violência contra a mulher, as crianças e os adolescentes em ambiente doméstico. Esse é um tema recorrente em sua missão na instituição. Ademais, a importância do papel da mulher na sociedade não sai da pauta diária. "Embora a mulher hoje se coloque mais, se arrisque mais, um estudo aponta que a igualdade com os homens se dará em 136 anos. A ONU entende que esse tempo será de 300 anos. Nada é tão ruim que não possa piorar", avaliou. A preocupação com a crescente violência nos lares está no âmago da Câmara Especializada, hoje com cerca de 8 mil ações. "Em junho foram 3,6 mil processos", informou, convicta de que a celeridade da justiça nestes casos se faz ainda mais urgente pela gravidade temática.


Por vocação familiar, a desembargadora e o marido Alexandre se dedicam a duas propriedades rurais de gado e café, sendo uma no norte de Minas e a outra no Espírito Santo. Nem mesmo uma hérnia de disco, que sempre está a incomodá-la, afasta-a de cima da sela, estribos e rédea, que manuseia com destreza. "Adoro cavalgar. Em cima do animal até minhas dores na coluna desaparecem", revelou a magistrada, conhecedora dos caminhos poeirentos do Jalapão, Serra das Araras e Monte Verde.


Exímia bailarina, Kárin Emmerich foi professora de balé. Sair do ambiente doméstico e conhecer o mundo com a família em inúmeras viagens é um seu outro prazer. "Indo para Sabará ou Paris sinto a mesma expectativa e alegria", registrou no mapa existencial. Se acompanhada dos filhos Hannah Klara, publicitária, e Alexandre, estudante de história, mais o marido, melhor ainda, pois coroa com chave de ouro a carreira de mulher, mãe e esposa, destacou.


Kárin Emmerich graduou-se na Faculdade de Direito Milton Campos, fez pós-graduação em Direito de Empresas pela Fundação Dom Cabral, é doutoranda em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade del Museo Social Argentino (Buenos Aires) e leciona Teoria Geral do Estado e Ciência Política e Direito Penal na Unimontes. Ela foi vice-presidente da Anamages (2019-2023) e presidente do Instituto de Ciências Penais (2020-2022).