LEVANTAMENTO
MG: vendas pela internet cresceram em 2024
Pequenas e médias empresas de varejo online em Minas Gerais faturaram R$ 469 milhões, número é 35% maior que o registrado em 2023
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07/01/2025 18:45
- atualizado em 08/01/2025 13:41
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Siga noJá consolidado nos hábitos de consumo dos brasileiros, o comércio online segue crescendo. Dados divulgados pela plataforma Nuvemshop, que concentra diversas lojas de vendas pela internet, revelam que, em 2024, o faturamento total do varejo online de pequenas e médias empresas em Minas Gerais foi de R$ 469 milhões: esse número é 35% superior ao registrado em 2023.
Ainda de acordo com o levantamento, cerca de 6 milhões de produtos foram vendidos online ao longo de 2024 por pequenas e médias empresas no estado, o que representa um aumento de 28% ante o ano anterior. Os segmentos que mais faturaram em Minas Gerais foram os de moda (R$ 196 milhões), saúde e beleza (R$ 35 milhões), acessórios (R$ 23,5 milhões) e casa e jardim (R$ 16 milhões).
Em todo o Brasil, a quantidade total de consumidores que compraram nos e-commerces de pequenas e médias empresas em 2024 chegou a 7,3 milhões, e o faturamento foi de R$ 4,7 bilhões (42% superior ao de 2023). Os produtos mais vendidos no período foram granola, agendas, regatas, creatina, camisetas e calças.
Quanto aos meios de pagamento, os consumidores mineiros utilizaram, majoritariamente, o cartão de crédito, que respondeu por 51% de todos os pedidos pagos. Em seguida, vem o pix, com 40% do total. O levantamento toma por base vendas realizadas de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2024 na base de lojistas mineiros da plataforma.
Babi Tonhela, diretora de Estratégia de E-commerce na Nuvemshop, atribui o crescimento a novas tecnologias e ferramentas para os lojistas. "Foi um ano de grandes avanços tecnológicos para as pequenas e médias empresas online, impulsionado pelo aprimoramento do uso de inteligência artificial, que elevou a qualidade dos serviços oferecidos aos consumidores. A criação de estratégias personalizadas e a compreensão profunda das mudanças no comportamento dos clientes se mostraram fundamentais para o sucesso do setor", avalia.
Conjuntura
Para Diogo Santos, economista do Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Ipead) da UFMG, a alta no faturamento das pequenas e médias empresas de varejo online é causada por diferentes fatores, entre os quais a queda nos índices de desemprego, que estimulam o consumo. "Por um lado, há o crescimento da renda das famílias e, por outro, os fortes investimentos para atrair os consumidores, feitos pelas lojas e redes de vendas virtuais", pondera o especialista. "Tudo isso gera uma disposição maior às compras", complementa.
Dentre os investimentos feitos pelo varejo online, o economista do Ipead cita aperfeiçoamentos no serviço, como redução no prazo de entrega e maior facilidade para trocar os produtos. Além do mais, o hábito de comprar pela internet já é comum para a maioria dos cidadãos do Brasil. "Ainda existe uma parcela da população a ser incluída no e-commerce: com o aumento da renda, essa inclusão deve ocorrer", opina.
Santos cita também a elevação do PIB, que impacta em todo o setor de varejo, físico e online. "O PIB, em 2024, deve crescer 3,5%; será o maior crescimento da última década", analisa. Até mesmo a desvalorização do real, para o especialista do Ipea, pode surtir efeitos positivos para empresas brasileiras, uma vez que plataformas e itens estrangeiros perdem competitividade. "Como boa parte dos produtos vendidos pela internet são importados, a taxa de câmbio pode beneficiar as empresas nacionais", conclui.