COMÉRCIO

Varejo espera crescimento das vendas às vésperas da Páscoa

Pesquisa mostra que 39,9% dos empresários mineiros do setor alimentício têm expectativa de faturamento superior ao registrado no mesmo período de 2024

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A confeiteira Heliana Geoffroy está otimista para as vendas na Páscoa em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e quer lucrar até 70% a mais que no ano passado. Para este ano, ela diz que adotou uma nova estratégia para conquistar a clientela: “Optei por reduzir o tamanho. São ótimas opções para presentear, já que será um preço mais acessível”. Heliana faz parte dos 41,7% dos varejistas do setor alimentício mineiro que projetam vendas robustas, impulsionadas pelo espírito festivo e pelas tradições da época, segundo pesquisa da Federação do Comércio, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG).


Com o ticket médio de R$ 55, a empreendedora irá investir no ovo de Páscoa mais vendido no último ano: palha italiana de limão com geleia de morango. Trabalhando com venda de doces na Páscoa há mais de uma década, Heliana Geoffroy divide as vendas entre on-line e presencial. “Sem dúvidas, minha modalidade favorita é a presencial. Gosto de interagir diretamente com os clientes, criar conexões e proporcionar uma experiência mais acolhedora”, contou.


Assim como para Geoffroy, o levantamento da Fecomércio aponta ainda que 39,9% dos empresários têm expectativa de faturamento superior ao registrado na Páscoa de 2024. Para 47% das empresas afetadas pela data, os resultados das vendas devem ser semelhantes aos de 2024 e outros 11,9% esperam por resultados piores. Para 55% das empresas do ramo alimentício, a Páscoa não tem impacto nas vendas.


Os principais motivos para a boa expectativa de vendas citados pelos estabelecimentos foram: valor afetivo da data (49,3%), otimismo/esperança (37,3%) e aquecimento do comércio (20,9%). Já os comerciantes que não estão otimistas com a Páscoa citam valor alto dos produtos (55%), crise econômica (30%) e endividamento do consumidor como principais motivos para um desempenho negativo nas vendas.


Conforme 22,5% dos empresários ouvidos, o gasto médio por cliente deve variar entre R$ 70 e R$ 100; para outros 21,04%, o ticket médio deve ficar entre R$ 100 e R$ 200. O cartão de crédito parcelado, cartão de crédito à vista e pix foram mencionados como as principais formas de pagamento que os comerciantes acham que os clientes vão usar.


Antes mesmo do período oficial nos calendários, de 13 a 20 de abril, 72,4% dos estabelecimentos já haviam iniciado as vendas e a estimativa é de que os ovos de Páscoa, as caixas de chocolate e barras, nesta ordem, serão os itens com mais saída. Para 82,7% dos comerciantes, o consumidor prefere fazer as compras na Semana de Páscoa, sendo que 42,3% observam que o cliente, às vezes, faz pesquisa de preço e 28,8% avaliam que os clientes pesquisam sempre.

A diretora de Marketing de Chocolates da Mondelez Brasil, Fabíola Menezes, aposta nos canais digitais para impulsionar as vendas. “Em 2024, tivemos um excelente desempenho na data, com destaque para a alta de mais de 50% no volume de vendas nos canais digitais. A Páscoa é a data mais relevante para a categoria de chocolates e representa uma parcela significativa do faturamento anual da empresa, sendo o terceiro evento sazonal mais importante para o brasileiro, atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. Acreditamos que a tradição e a conexão emocional dos consumidores com a data são fatores que podem impulsionar as vendas e que fortalecem nossas expectativas para o desempenho comercial da data em 2025”, disse ao EM.

Equilíbrio no bolso


A economista Gabriela Martins percebe mudanças no comportamento de vendas em relação ao último período de Páscoa. “Observamos que os empresários pretendem vender mais ovos de Páscoa, resultado diferente de 2024, ano em que as expectativas de maiores vendas estavam atreladas às caixas de bombons, itens que normalmente possuem menor ticket médio. O valor afetivo da data e a disponibilidade de gastos do consumidor, mesmo que por meio do cartão de crédito parcelado, também se destacam como fatores que corroboram a expectativa de um aumento significativo para o período”, explicou.

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O conselheiro do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG) afirmou que, apesar da alta nos preços repassada ao consumidor final, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a ampliação de políticas de transferência de renda trazem otimismo. “Mesmo que o Banco Central esteja fazendo uma contenção via taxa de juros, o que a gente vê na prática é que o consumo é mantido ainda por uma renda estável de grande parte das famílias e isso acaba transbordando a renda para outros setores”, disse.

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