A estátua do Juquinha, na Serra do Cipó, é uma parada obrigatória para turistas nesse paraíso natural que fica a 100 quilômetros de Belo Horizonte. A construção começou em 1986 e terminou no ano seguinte.
Esse morador carismático e misterioso da região foi eternizado num monumento de 3 metros de altura por 2,5 metros de largura. E a construção da estrutura de ferro e cimento precisou ainda de 2 caminhões inteiros de argila. Em entrevista ao Estado de Minas, em julho de 2023, a artista plástica Virgínia Ferreira, escultura que eternizou o sorriso do ermitão das montanhas, falou sobre a construção da estátua e sua vivência na região.
O Juquinha, nascido José Patrício, foi um ermitão muito conhecido lá na Serra. Mas sua história é marcada por casos e lendas. Como a de que ele teria morrido várias vezes e a história de que ele foi amamentado por uma loba. Juquinha sobrevivia de doações de moradores e turistas. E gostava de retribuir com flores que colhia na Serra do Cipó. Ele morreu em 1983, mas ninguém, nem mesmo a família, sabia a idade dele na época.
"O Juquinha, para mim, é a lembrança da minha infância, de quando eu passava férias na casa dos meus avós, em Conceição do Mato Dentro. Ele sempre andando pelas montanhas, às vezes na beira da estrada. Pedia ajuda, pedia fósforo, pedia pão e o que se tinha se dava para ele e o que ele tinha ele dava de volta, geralmente buquês silvestres que ele mesmo fazia. Às vezes, a gente não queria as flores, mas ele jogava dentro do carro um maço de sempre-vivas em agradecimento", relembrou a artista plástica.
Certa vez, um irmão dele o encontrou deitado e aparentemente morto. Juquinha, porém, acordou no velório. Além de matar todo mundo de susto, ganhou mais uma fama: a de imortal.
Já foram feitas duas restaurações nele. Uma eu banquei do meu bolso. A última ocorreu há 20 anos com verba da Cemig por meio do prefeito José Fernando, de Conceição do Mato Dentro. A pele dele, que é a primeira camada de cimento, já está sendo atingida. E é o mais importante por ser o que o público vê. Os detalhes e a expressão. É a mais difícil de restaurar, por ser frágil e não aceitar muitas emendas.
Sabia Não, Uai!
O Sabia Não, Uai! mostra de um jeito descontraído histórias e curiosidades relacionadas à cultura mineira. A produção conta com o apoio do vasto material disponível no arquivo de imagens do Estado de Minas, formado também por edições antigas do Diário da Tarde e da revista O Cruzeiro.
O Sabia Não, Uai! foi um dos projetos brasileiros selecionados para a segunda fase do programa Acelerando Negócios Digitais, do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ), programa apoiado pela Meta e desenvolvido em parceria com diversas associações de mídia (Abert, Aner, ANJ, Ajor, Abraji e ABMD) com o objetivo de atender às necessidades e desafios específicos de seus diferentes modelos de negócios.