Com o reconhecimento de mais quatro municípios em estado de emergência, Minas Gerais chega a um total 41 cidades castigadas pelos temporais desde setembro de 2024, segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec-MG). Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata, foi a mais castigada.
E a situação no estado só se agrava, tendo em vista que mais de 90% dos municípios mineiros estão sob alerta de perigo potencial para chuvas intensas, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Neste domingo (5/1), o tempo continuará instável em todo o estado de Minas Gerais, com céu predominantemente nublado e chuvas localmente intensa, segundo a Cedec-MG.
"Essa condição é resultado da atuação de áreas de instabilidade atmosféricas associadas ao fluxo de umidade proveniente da Região Amazônica, combinado com uma massa de ar úmida e instável, além do comportamento da circulação dos ventos nos níveis médio e alto da atmosfera", informou a coordenadoria.
"Adicionalmente, a passagem de uma frente fria pelo litoral dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo intensificará as chuvas, especialmente nas regiões Leste, Norte e Noroeste de Minas Gerais, favorecendo a formação de mais um episódio de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS)", indica a Cedec-MG.
De acordo com o órgão de defesa civil estadual, entraram na lista dos prejuízos e transtornos Arcos e Lagoa da Prata, no Centro-Oeste Minas, Unaí, no Noroeste mineiro, e Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata.
Ao todo, 11 pessoas morreram em Minas Gerais em decorrência das chuvas. Um total de 173 ficaram desabrigados (precisaram de abrigo público) e outras 1.225 foram desalojadas (desocuparam seus domicílios).
Em Belo Horizonte, até o início da manhã de domingo (5/1), já choveu mais de 1/4 do esperado para janeiro em duas regionais.
A média esperada para janeiro é de 330,9 milímetros (mm). Segundo informações da Defesa Civil de Belo Horizonte, a regional que mais acumulou chuvas foi a Noroeste, totalizando 93,4 mm, o que corresponde a 28,2% da média. Em seguida vem a Regional Oeste, com 84,2 mm (25,4%). Os dados são das Estações Hidrometeorológicas da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
O acumulado médio das nove regionais chega a 60,76 mm, ou 18% do esperado. A terceira regional em acúmulo de chuvas até o momento é a Centro-Sul, com 79,4 mm (24%); Leste, com 73,2 mm (22,1%); Barreiro, com 70,5 mm (21,3%); Nordeste, com 47,2 mm (14,3%); Norte, com 37,2 mm (11,2%); Pampulha, com 33,4 mm (10,1%); e Venda Nova, com 28,4 mm (8,6%).
Segundo a Cedec-MG, foram diversos prejuízos nos quatro municípios recém admitidos em situação de emergência. Na noite de sábado (4/1), uma tempestade trouxe ventos fortes e alagamentos a Visconde do Rio Branco. As chuvas intensas afetaram a rede elétrica causando apagões, tornando algumas ruas intransitáveis ou arriscadas para trafegar.
O Rio Xopotó - que corta a área urbana - e vários córregos transbordaram atingindo inclusive vias mais importantes como a Avenida São João Batista. A drenagem urbana não foi capaz de dar vazão ao intenso volume de enxurradas vindas das partes mais altas.
O Hospital São João Batista sofreu danos materiais, mas o pronto atendimento segue funcionando. Ocorreram alagamentos em diversos pontos da cidade, causando danos significativos a veículos e comércios na área central. Uma estrutura metálica de telhado de uma indústria de processamento de alimentos foi arrancada pelos ventos e prejudicou a rede elétrica. Na mesma noite, a cobertura do Estádio Municipal Urbano Adjunto em Unaí foi arrancada pelos ventos.
Em Arcos, as fortes chuvas do dia 3 de janeiro saturaram a capacidade das drenagens de algumas ruas, causando pontos de alagamentos e invadindo algumas casas, sendo a limpeza dos detritos necessária.
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No mesmo dia, no município de Lagoa da Prata, um córrego que corta a região central do município transbordou devido ao grande volume de chuvas, ocasionando o alagamento da Avenida Isabel de Castelo, segundo a Cedec-MG.