Proprietário de uma empresa de manutenção em elevadores, Edilson Thomaz garante que o equipamento que transporta pessoas verticalmente é o mais seguro

 -  (crédito: Reprodução/Pixabay)

Proprietário de uma empresa de manutenção em elevadores, Edilson Thomaz garante que o equipamento que transporta pessoas verticalmente é o mais seguro

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No início de dezembro de 2024, um técnico de manutenção de elevadores morreu na queda do elevador da Justiça Federal; no mês anterior, uma funcionária do Hospital Felício Rocho ficou ferida após o ascensor do local “deslizar” do terceiro para o segundo andares; e, ainda no meio do ano, o do Edifício Mirafiori caiu devido a uma superlotação.

 

Todos esses cenários podem acabar levantando dúvidas sobre a segurança do equipamento, que, mesmo mencionado como o “mais seguro do mundo”, ainda é visto por alguns como algo a se temer. 

 


Edilson Thomaz, proprietário de uma empresa de manutenção em elevadores, sublinha e garante que o que dizem é verdade: o dispositivo que transporta pessoas verticalmente é o mais seguro. Ele destaca como principal argumento o fato de o ascensor ser construído com várias redundâncias em todo o seu projeto, pois conta com diversos dispositivos de seguranças extras. 


Ele exemplifica: se, porventura, ele estiver no último andar e, supostamente, alguém cortar o cabo, a tendência é que ele caia. Mas conta que o elevador se ampara em dispositivos redundantes que o travam, então, caso um falhe, o outro é acionado. 


Edilson ressalta, entretanto, que é a ação humana que manipula e interfere na atuação desses dispositivos porque, enquanto projeto, o elevador é extremamente seguro.

 


“Quebrou um desses dispositivos? Tem que trocar. Vamos supor que não haja essa troca e ele seja inibido, vai funcionar; mas se for submetido àquela necessidade pode acontecer um acidente”, comenta e, ainda, compara com o cenário de superlotação. “Ele é uma máquina, se estiver com mais pessoas do que comporta, vai funcionar, porém comprometido, podendo bater com mais velocidade. Nem sempre se tratam de acidentes fatais, podem acontecer incidentes em menores proporções”. 



O Corpo de Bombeiros (CBMG) comunicou que presta atendimento no caso de acidentes com elevadores e que, em 2024, realizaram 776 salvamentos de pessoas presas, 17 de pessoas prensadas e que foram contabilizadas dez vítimas em todo o estado mineiro. A corporação não fiscaliza ou vistoria elevadores. 


Fiscalização


Segundo Edilson Thomaz, sua normatização, que engloba a obrigatoriedade legal de responsabilidade técnica, é outro aspecto que garante a segurança dos elevadores. 


“Existe uma regra que não permite que o elevador funcione ou tenha manutenção sem alguém legalmente responsável. Não é como um carro em que vários mecânicos podem mexer. No elevador, não é qualquer pessoa aleatória, pois esse profissional, geralmente um engenheiro mecânico, é quem responde por qualquer problema no local”, frisa. 

 


A PBH informou que as equipes de fiscalização de controle urbanístico e ambiental realizam uma conferência documental por meio do Laudo Técnico de Inspeção Anual com respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (Art) e fiscalização do livro de registros, onde toda e qualquer manutenção feita pelo técnico responsável é registrada.


O município esclareceu que, de janeiro a novembro de 2024, foram realizadas 2.609 vistorias em elevadores na cidade, resultando na emissão de 931 autos de notificação e 50 multas.


Durante essas vistorias, as principais irregularidades identificadas foram: ausência do laudo técnico de inspeção anual, que deve ser mantido para pronta exibição; falta de um contrato de conservação e manutenção com uma empresa habilitada; ausência da cópia da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) de engenheiro habilitado junto ao CREA, afixada na portaria do condomínio.


As multas aplicadas variam entre R$ 404,68 e R$ 20.233,95, dependendo da infração cometida. 


Exemplos de infrações incluem: não manter o livro obrigatório de registro de ocorrências, com multa de R$ 404,68; permitir o funcionamento de um elevador sem condições de segurança, com multa de até R$ 10.116,98 e desrespeitar o auto de interdição, com multa de R$ 20.233,95.


Edilson reitera que a corrupção do sistema de segurança, tal como imprudência de usuários e profissionais, tomam espaço na maioria dos casos de acidentes. Em momentos de fadiga do material, por exemplo, ele diz que se tratam de ocorrências leves e que acontecem com uma frequência muito menor.

 


Conforme o profissional do ramo, incidentes como paralisações ou certos desconfortos que não interfiram no bem estar dos passageiros, podem ser comuns, mas, de acordo com ele, o pânico geral instaurado acaba colaborando para certo estigma de perigo no elevador.


Ele recomenda a procura de empresas sérias e legais, seja por condomínios ou comércios, que garantam uma manutenção bem amparada e, também, que os usuários sigam as recomendações impostas pelos profissionais.

 

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*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata