Fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais encontraram muitas irregularidades no local onde quatro funcionários terceirizados, que realizavam uma obra para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), ficaram feridos na tarde desta quarta-feira (8/1). De acordo com informações do Corpo de Bombeiros e da Cemig, eles atingiram uma rede de alta tensão subterrânea na esquina da Avenida Álvares Cabral com a Rua Espírito Santo, no Centro da capital.
O superintendente Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais, Carlos Alberto Calazans, ressaltou a existência de problemas na obra. "Confirmamos que não tinha ordem de serviço. Próximo do local onde houve a explosão tinha placa avisando que não pode escavar, porque tem uma rede elétrica. Nossa equipe confirmou que a rede tinha 13.800 volts. Quase atingiu a rede de gás que estava perto. Se ela fosse atingida, com a explosão elétrica, poderia ter acontecido uma tragédia inimaginável", pontuou.
Segundo ele, houve uma falta de atenção muito grande da empresa terceirizada. Calazans ressaltou ainda que a prefeitura também deveria acompanhar melhor essas obras. Ele disse que entrou em contato com a Cemig. "Ela não tem nenhuma responsabilidade no caso. Mas pedi, em função desse acidente, que ela faça um comunicado para todas as prefeituras, para tomar muito cuidado em todas as obras de perfuração, onde tem rede elétrica. Para a prefeitura e seus contratados terem muito cuidado nos locais de obras subterrâneas e aéreas."
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O superintendente informou que a empresa concordou com a sugestão, mas destacou que já toma esses cuidados. Ele disse ainda que a superintendência já iniciou a fiscalização. Quando ela estiver concluída, as irregularidades e causas do acidente serão apresentadas. “Por enquanto, vamos investigar e analisar a empresa, que já está sendo submetida a uma grande fiscalização, por parte do Ministério do Trabalho. O local está interditado. Vamos acompanhar a situação dos trabalhadores”, concluiu.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte diz que lamenta o ocorrido e informa que vai abrir um processo administrativo para apurar as responsabilidades e aplicar as sanções cabíveis.
O Estado de Minas procurou a Mauma Engenharia e Serviços para se posicionar a respeito das irregularidades constatadas pela superintendência e sobre o estado de saúde dos funcionários, mas não recebeu retorno.
Obra visava mitigar alagamentos
De acordo com a PBH, a obra no local teria como objetivo melhorar a vazão da água da chuva e evitar alagamentos. Seria uma intervenção de rotina, que teve início ontem, com previsão de terminar nesta quinta-feira (9/1). Ainda segundo a PBH, os funcionários seriam de uma empresa terceirizada, chamada Mauma Engenharia e Serviços.
“A Prefeitura de Belo Horizonte lamenta o acidente e informa que as vítimas foram atendidas e encaminhadas para unidades de saúde. Quatro operários, que prestavam serviço para a PBH através da empresa Mauma Engenharia, estavam executando serviços na rede de drenagem do local, quando o equipamento que usavam atingiu um cabo elétrico subterrâneo. Estava sendo feita a interligação de duas bocas de lobo no local para melhorar a vazão da água das chuvas e mitigar alagamentos. A obra é uma intervenção de rotina de pequeno porte, que começou hoje e tinha previsão de ser concluída amanhã”, informou em nota.
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