Um informático australiano, Craig Wright, condenado recentemente por reivindicar a autoria da invenção do bitcoin, recebeu nesta quinta-feira (19) uma sentença de um ano de prisão, com direito a sursis, por desacato a essa decisão.

"O Dr. Wright cometeu uma violação clara da ordem [anterior] ao apresentar uma nova reivindicação", declarou o juiz James Mellor em sua sentença no Royal Court of Justice, em Londres. Wright, que se representou por videoconferência, foi julgado remotamente.

O mesmo juiz já havia decidido, em março, após um julgamento de um mês e meio, que o homem de 54 anos não é, ao contrário de suas alegações, Satoshi Nakamoto, o pseudônimo do criador do bitcoin em 2008, cuja identidade permanece desconhecida.

Segundo a decisão desta quinta-feira, o empresário cometeu "desacato ao tribunal" ao desrespeitar essa sentença ao solicitar, em outubro, uma indenização relacionada à propriedade intelectual que ainda afirma possuir.

Esse pedido, no valor de 900 bilhões de libras (cerca de R$ 7 trilhões, cotação atual), foi dirigido a "mais de 100 empresas de todo o mundo" e a um "grupo de pessoas não especificadas", informou a Crypto Open Patent Alliance (COPA) durante a audiência.

Essa organização sem fins lucrativos, criada para manter a tecnologia de criptomoedas livre de patentes, processou Wright por suas alegações feitas pela primeira vez em 2016.

O grupo, que está por trás desse novo processo, reúne grandes nomes do setor, como a plataforma de negociação Coinbase e a empresa Block, especializada em pagamentos digitais.

Craig Wright, que supostamente estaria em Cingapura ou na Indonésia e alegou não poder viajar para Londres, declarou que apelará da decisão.

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