O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou, nesta sexta-feira (20), mudanças em um terço de seu gabinete, em plena crise política após a surpreendente renúncia de sua vice, Chrystia Freeland, e um aumento das tensões com Donald Trump. 

A decisão ocorre uma semana depois da saída de Freeland, ex-ministra da Economia e colaboradora de Trudeau durante uma década, devido a diferenças sobre a estratégia para responder as ameaças de Trump, que assumirá a presidência em 20 de janeiro, de elevar as tarifas alfandegárias para produtos canadenses. 

"Nossa equipe se concentrará no que mais importa para os canadenses: tornar a vida mais acessível, fazer a esconomia crescer e criar bons empregos para a classe média", disse Trudeau em um comunicado no qual não mencionou as tensões atuais. 

Trudeu, do partido Liberal, enfrenta sua maior crise política desde que chegou ao poder há nove anos, com uma minoria no Parlamento, a perda de seu aliado de esquerda e um descontentamento crescente em sua própria bancada. 

A saída repentina de Freeland marcou as diferenças com Trudeau sobre como abordar a iminente guerra comercial que se avizinha com os Estados Unidos. 

O país busca frear as ameaças de Trump, que prometeu impor tarifas alfandegárias de até 25% aos seus vizinhos México e Canadá quando voltar ao poder em janeiro. 

Essa medida seria catastrófica para o país, segundo os especialistas. Os Estados Unidos são o principal parceiro comercial do Canadá e destino de 65% das exportações canadenses. Cerca de dois milhões de pessoas no Canadá vivem desse comércio, de um total de 41 milhões de habitantes. 

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