Quatro partidos políticos pró-Europa alcançaram um acordo nesta segunda-feira (23) para formar o governo na Romênia, diante do avanço da extrema direita, e designaram um candidato único para as próximas eleições presidenciais, após a anulação do pleito anterior.
Marcel Ciolacu, líder do Partido Social-Democrata que governa o país, foi nomeado primeiro-ministro, anunciou o presidente em fim de mandato, o liberal Klaus Iohannis.
O país está em uma profunda crise política desde que as eleições presidenciais foram anuladas no início do mês, depois que um candidato de extrema direita foi o mais votado no primeiro turno, em meio a acusações de interferência russa.
"Temos um acordo político", anunciou Ciolacu, antes de reconhecer que seu trabalho "não será fácil" após o recente caos eleitoral no país, membro da Otan e da UE, e vizinho da Ucrânia.
"Nosso dever é, antes de tudo, defender os valores democráticos na Otan", acrescentou.
Segundo o acordo, a nova maioria parlamentar, liderada pelo Partido Social-Democrata, que recebeu 22% dos votos nas eleições de 1º de dezembro, será apoiada pelo Partido Nacional Liberal, como aconteceu na legislatura anterior. Mas desta vez também recebeu o respaldo do partido UDMR, da minoria húngara e do grupo de minorias étnicas GPMN.
O novo governo romeno terá que organizar as próximas eleições, após a anulação da votação anterior pelo Tribunal Constitucional em 6 de dezembro, dois dias antes do segundo turno, sob a alegação de que o pleito foi "marcado [...] por múltiplas irregularidades e violações da legislação eleitoral".
As forças políticas que formam a nova maioria concordaram em apresentar apenas um candidato.
"Decidimos que o candidato será Crin Antonescu", anunciou Ilie Bolojan, representante dos liberais.
Antonescu, um liberal, tem 65 anos e já foi presidente do Senado. Ele ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2009.
No primeiro turno das eleições, o candidato de extrema direita e pró-Rússia Calin Georgescu, 62 anos, surpreendeu e foi o mais votado. O ex-funcionário público, crítico da UE, da Otan e contrário à ajuda militar à Ucrânia, enfrentaria no segundo turno a prefeita de centro-direita de uma pequena cidade, Elena Lasconi, de 52 anos.
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