O Congresso peruano convocou para depor, na próxima quinta-feira, um ex-funcionário suspeito de ter montado uma suposta rede de prostituição no Legislativo, segundo uma denúncia jornalística.

O principal apontado como responsável por esta organização é o ex-chefe do Escritório Legal e Constitucional do Congresso, o advogado Jorge Torres, próximo do partido direitista Aliança para o Progresso (APP).   

Torres terá que comparecer perante a comissão de fiscalização para se explicar sobre as revelações, na semana passada, no programa de TV "Beto a Saber", nas quais foi apontado como o suposto organizador de uma rede de profissionais que prestavam serviços sexuais aos parlamentares.

"Diz-se que elas foram contratadas (por Jorge Torres) como personagens do baixo ofício, que vão e se deitam com algumas pessoas em troca de algum benefício", assegura na reportagem uma ex-trabalhadora, cuja identidade e o rosto não foram revelados.

Segundo a entrevistada, inclusive uma das profissionais "visitava o ex-presidente do Congresso, Alejandro Soto", membro do partido APP, que negou os fatos em nota.

A investigação do Congresso se soma a um inquérito preliminar do Ministério Público pelo "suposto delito de exploração sexual de mulheres ainda não identificadas".

Torres rechaçou as versões em declarações à imprensa: "Nego categoricamente (...) e peço à Procuradoria e à comissão de fiscalização que investiguem".

O assassinato da advogada Andrea Vidal, de 28 anos, que foi assessora e braço direito de Torres até setembro, quando foi demitida, desatou o escândalo.

Vidal morreu em 17 de dezembro em um hospital de Lima, após agonizar durante uma semana, ao ser baleada várias vezes juntamente com o motorista do táxi em que viajava.

A reportagem televisiva menciona a hipótese de que pistoleiros contratados por Torres teriam assassinado Vidal, que supostamente recrutava as prostitutas.

"O que ocorreu é grave. A suposta rede de prostituição, que acabou com o crime contra uma ex-trabalhadora do Congresso, tem que ser investigada", disse à imprensa o presidente da Comissão de Fiscalização, Juan Burgos.

Segundo a convocação do Parlamento, difundida nesta terça-feira (24), Torres terá que informar sobre "os critérios adotados para a proposta e contratação do pessoal que trabalha no gabinete de Assessoria Legal e Constitucional do Congresso".

Torres foi demitido do cargo no Congresso em 13 de dezembro, três dias depois do ataque contra sua ex-assessora.

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