Sobreviventes e parentes de vítimas recordam nesta quinta-feira, 26 de dezembro, o 20º aniversário do terremoto, seguido de um tsunami, ocorrido no oceano Índico que deixou mais de 220.000 mortos em vários países.
Um terremoto de 9,1 graus de magnitude em frente ao litoral oeste da ilha indonésia de Sumatra provocou ondas enormes que atingiram a Indonésia, Sri Lanka, Tailândia e outros nove países do Oceano Índico.
A seguir, os principais pontos do tsunami mortal.
- Ondas de 30 metros de altura -
A ruptura ocorrida ao longo de uma da falha, uma das mais largas já observada, segundos antes das 07h59 (horário local) de 26 de dezembro de 2024, provocou uma das catástrofes naturais mais letais da história.
A origem do terremoto está relacionada à ruptura da zona de subducção entre duas placas, a placa da Índia e a microplaca Andaman, em 1.200 km.
O tremor gerou ondas de mais de 30 metros de altura e liberou uma energia equivalente a 23.000 vezes a potência da bomba atômica lançada em Hiroshima.
A magnitude do terremoto foi avaliada inicialmente em 8,8, mas depois o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS) a situou em 9,1, e sua profundidade em 30 km.
O epicentro foi localizado 160 km ao oeste da costa de Sumatra.
O vasto arquipélago indonésio tem uma atividade sísmica e vulcânica frequente por estar localizado na área conhecida como "Anel de Fogo do Pacífico".
- Terrível balanço humano -
No total, o tsunami causou 226.408 mortos, segundo a EM-DAT, uma base de dados mundial sobre catástrofes.
A região mais afetada foi o norte da ilha de Sumatra, onde mais de 120.000 pessoas morreram. Na Indonésia, o balanço chegou a 165.708 mortos.
As enormes ondas atravessaram o Oceano Índico e atingiram o Sri Lanka, a Índia e a Tailândia horas depois.
As ondas se deslocaram a quase 800 km/h quando atingiram o máximo de sua velocidade. Isso representa o dobro do que um trem de alta velocidade atinge.
Mais de 35.000 pessoas morreram no Sri Lanka e 16.389 perderam a vida na Índia. Na Tailândia, houve 5.000 mortos, metade de turistas estrangeiros. Além disso, 3.000 pessoas foram declaradas desaparecidas.
As ondas também atingiram a África. Mais de 300 pessoas morreram na Somália e mais de 100 nas Maldivas.
- 1,5 milhão de deslocados -
O tsunami provocou o deslocamento de mais de 1,5 milhão de pessoas e gerou uma ajuda de emergência de 14 bilhões de dólares por parte da comunidade internacional, segundo as Nações Unidas.
Milhares de edifícios foram destruídos e comunidades inteiras ficaram sem lar.
A cidade indonésia de Banda Aceh, no extremo norte de Sumatra, teve que ser praticamente reconstruída.
Mais de 100.000 casas foram reconstruídas apenas na província indonésia de Aceh, segundo o governo.
- Sistemas de alerta -
O tsunami também obrigou as comunidades na costa do Índico a prestar contas sobre seu nível de preparação diante de tais catástrofes.
No momento do tsunami não existia nenhum sistema de alerta na região.
Segundo os especialistas, a ausência de um sistema de alerta coordenado em 2004 agravou o impacto da catástrofe.
Atualmente, quase 1.400 estações em todo o mundo agora permitem o envio de um alerta de tsunami apenas alguns minutos após a formação do fenômeno.
De acordo com especialistas, o mundo está mais bem preparado do que nunca, graças aos milhões de dólares investidos em sistemas de alerta de tsunami. As consequências de um tsunami de grandes proporções, no entanto, nunca poderão ser totalmente evitadas, alertam os cientistas.
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