Três generais acusados de matar um manifestante nos protestos contra o golpe de Estado em Honduras em 2009 serão julgados pelo crime, anunciou o Judiciário neste domingo. 

"Considerando a gravidade dos crimes", um juiz de Tegucigalpa "decidiu emitir uma acusação formal" contra os três generais aposentados, publicou o Poder Judiciário hondurenho em sua conta oficial na rede social X. 

Os réus aguardarão julgamento em "prisão domiciliar, sob cuidados e vigilância de seus advogados e proibição de deixar o país", acrescentou. 

A publicação informa que a data da audiência preliminar ainda não foi definida. 

Romeo Vásquez, 68 anos, que foi chefe das Forças Armadas em 2009, e outros dois ex-militares de alta patente, Venancio Cervantes (55) e Carlos Puerto (63), compareceram a uma audiência reservada que começou na sexta-feira e terminou neste domingo. 

Os três são acusados de serem responsáveis pelo assassinato de Isy Obed Murillo, então com 19 anos, e de ferir gravemente Alex Zavala, segundo a acusação. 

Ambas as vítimas participavam de uma manifestação em 5 de julho de 2009 — reprimida pelo Exército — contra o golpe civil-militar que uma semana antes afastou Zelaya, marido da atual presidente Xiomara Castro.

Os três oficiais foram presos há oito dias e estavam detidos na Penitenciária Nacional, a 27 km da capital. 

A denúncia contra os três generais foi apresentada há vários anos, mas foi reativada pelo novo procurador-geral, Johel Zelaya, que é próximo do governo, segundo a oposição, embora não tenha parentesco com o ex-presidente.

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