A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, considerou nesta quarta-feira (15) que é necessário reverter a trajetória fiscal dos Estados Unidos para evitar consequências "desastrosas" na maior economia mundial.
"A trajetória orçamentária atual simplesmente não é sustentável, e as consequências da inação, ou de uma ação que acentue os déficits projetados, poderiam ser desastrosas", explicou Yellen diante de um clube econômico em Nova York.
O presidente eleito, o republicano Donald Trump, prometeu continuar e expandir a redução de impostos implementada durante sua primeira administração (2017-2021).
Em seu discurso, a secretária do Tesouro, que está prestes a deixar o cargo, citou previsões do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), um órgão independente responsável por fornecer ao Legislativo análises orçamentárias e econômicas.
Os números do CBO indicam que uma continuidade do corte de impostos do primeiro mandato de Trump agravaria o déficit das finanças públicas em cerca de 400 bilhões de dólares (R$ 2,4 bilhões) anuais.
"Essas políticas poderiam enfraquecer nosso país", acrescentou Yellen, que citou os riscos sobre "o valor do dólar" e a capacidade do governo federal de se financiar no mercado. Yellen chegou a esboçar, inclusive, o espectro de uma "crise da dívida".
Algo assim teria consequências severas "para as próximas gerações".
Trump, que assumirá o cargo na segunda-feira, 20 de janeiro, tem repetido que quer continuar reduzindo impostos e cortar, ao mesmo tempo, os gastos do governo federal. O republicano afirma que as receitas provenientes das tarifas alfandegárias – as quais pretende aumentar - permitirão equilibrar as contas públicas.
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