Os Países Baixos ordenaram nesta quarta-feira (15) que a Venezuela elimine dois de seus quatro postos diplomáticos em território holandês, após Caracas limitar o número de representantes europeus autorizados em Caracas.

O encarregado de negócios do país sul-americano "recebeu instruções para reduzir o pessoal diplomático venezuelano de quatro para duas pessoas, o que constitui uma resposta proporcional à medida diplomática imposta aos Países Baixos", declarou o ministro holandês das Relações Exteriores, Caspar Veldkamp, em uma carta ao Parlamento.

A medida anunciada pelo chanceler ocorre um dia após a Venezuela decidir limitar drasticamente o tamanho das embaixadas de França, Itália e Países Baixos, uma medida que justificou pela "conduta hostil" desses três países após a controversa reeleição de Nicolás Maduro para um novo mandato presidencial.

Após essa ordem, França, Itália e os Países Baixos poderão manter apenas três diplomatas em suas embaixadas em Caracas, uma medida que o governo holandês qualificou como uma "escalada".

Os diplomatas que permanecerem no país deverão contar com uma "autorização escrita" do Ministério das Relações Exteriores venezuelano "para se deslocar por mais de 40 quilômetros a partir da Praça Bolívar", no centro de Caracas, anunciou o chefe da diplomacia venezuelana, Yván Gil.

"Foi apresentada uma objeção contra a restrição de viagem imposta e foi declarado que, se essa medida realmente for mantida, considerarei outras medidas aqui nos Países Baixos", disse Veldkamp.

"Os Países Baixos se distanciam veementemente da ideia de que tenham interferido em assuntos internos ou prestado apoio a grupos extremistas", acrescentou o chanceler.

O novo mandato de Maduro, que o projeta para 18 anos no poder, foi chamado de "farsa" pelos Estados Unidos, enquanto a União Europeia (UE) afirmou, como bloco, que o governante de esquerda "carece de legitimidade".

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