STF arquiva caso contra Bolsonaro por suposta fraude em cartão de vacinação
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Siga noO Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou nesta sexta-feira (28) uma investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pela suposta falsificação de certificados de vacinação contra a covid-19.
A decisão chega dois dias depois que o STF decidiu tornar réu o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado, e não afeta esse processo.
A Justiça investigava Bolsonaro, que recebeu críticas por sua gestão da pandemia e as 700 mil mortes no Brasil, por supostamente ordenar, em 2022, a falsificação de certificados de vacinação para ele e sua filha menor de idade.
O ex-presidente sempre afirmou que não se vacinou contra a covid e chegou a declarar que o imunizante poderia transformar as pessoas em "jacaré".
O ministro Alexandre de Moraes determinou que o arquivamento do caso é "irretratável, salvo no surgimento de novas provas", segundo a decisão enviada pelo STF à AFP.
Moraes atendeu à solicitação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na quinta-feira para arquivar o caso já que carecia de provas que apoiassem a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Cid contou que recebeu ordens do então presidente para inserir dados falsos de vacinação contra a covid-19 no sistema Conecte SUS, segundo um documento oficial.
"Esperamos que as demais investigações [contra Bolsonaro] tenham o mesmo destino", disse na quinta-feira Paulo Cunha, um dos advogados do ex-presidente, após o pedido de arquivamento feito pela PGR.
O tenente-coronel Cid também é a principal testemunha na acusação contra o ex-presidente por supostamente liderar uma organização criminosa que pretendia impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva depois das eleições de 2022.
Bolsonaro enfrenta uma pena de até 40 anos de prisão no julgamento por tentativa de golpe.
Cid fez um acordo de delação premiada que é questionada pela defesa de Bolsonaro.
O ex-presidente afirma que é inocente e vítima de "perseguição".
Bolsonaro está inelegível até 2030, mas mantém sua vontade de concorrer à Presidência nas eleições de 2026, diante de um Lula com a popularidade em queda.
ffb/app/arm/rpr/am