Conclave para escolher sucessor de Francisco deverá ser alvo de Donald Trump

Governo Trump vinha indicando abertamente posição antagônica à linha de atuação de Francisco e deve intensificar atuação nos bastidores do Vaticano

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A sucessão do Papa Francisco, morto na madrugada dessa segunda-feira, 21, deve deflagrar uma movimentação mais ostensiva do governo Donald Trump nos bastidores para influenciar a escolha do novo líder da Igreja Católica. A votação cabe a 138 cardeais católicos, dos quais 110 foram nomeados por Francisco desde 2013 em seu pontificado. Em seu último dia de vida, nesse domingo de Páscoa, 20, Francisco se reuniu no Vaticano com o vice de Trump, J.D. Vance.

Amparado por conservadores e ultraconservadores, com católicos influentes em seu gabinete, o governo Trump vinha sinalizando abertamente uma postura antagônica ao Papa e à atuação progressista dele, oposta aos valores do trumpismo. Com a morte do Papa, as articulações devem se intensificar tendo em vista a escolha de um sucessor de perfil diferente do de Francisco. Em março, quando o quadro de saúde do argentino se agravou, o jornalista Jamil Chade noticiou as movimentações do governo Trump tendo em vista um novo Conclave.

O gesto mais brusco da Casa Branca em oposição ao Papa Francisco veio ainda em dezembro, antes da posse de Donald Trump, com a nomeação de Brian Burch como embaixador dos EUA na Santa Sé. Burch, um crítico de Francisco, é cofundador e presidente do grupo conservador CatholicVote. Ao anunciar a indicação, sem fazer menção ao Papa, o presidente americano exaltou o papel de Burch na campanha atraindo e mobilizando eleitores católicos.

Em janeiro, o Papa retribuiu o gesto de Trump: nomeou como arcebispo de Washington o cardeal Roberto McElroy, um defensor dos imigrantes e crítico do primeiro governo do republicano.

Francisco já criticou o presidente americano e chegou a dizer em 2016 que o republicano, então pré-candidato à Casa Branca, “não é um cristão” em razão de suas posições sobre imigração — Trump à época prometia construir um muro na fronteira entre os EUA e o México. Mais recentemente, em janeiro, o Papa classificou como “uma vergonha” a política de Trump de promover deportações em massa de imigrantes ilegais.

Embora Trump seja presbiteriano, seu governo tem católicos em postos estratégicos, como o vice-presidente, Vance; o secretário de Estado, Marco Rubio; o diretor da agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE, na sigla em inglês), Tom Homam; a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt; o secretário de Saúde, Robert Kennedy Jr; e o diretor da CIA, John Ratcliffe.

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