A vereadora Iza Lourença (PSOL) mostrou uma placa que dizia "Sem anistia para os golpistas" nesta quarta-feira (18/12), após ser diplomada para o seu segundo mandato na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). A ação foi recebida com um misto de aplausos e vaias.
"A pauta 'sem anistia' é central no Brasil. Se a gente não pune aqueles que tramaram um golpe no nosso país, estamos fadados a ver o golpe existir daqui a alguns anos. Assim como aconteceu quando houve o golpe militar em 64, aqueles que tentaram o golpe antes contribuíram para que ele se concretizasse em 64. Não podemos repetir o mesmo erro", argumentou a parlamentar.
A vereadora citou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-ministro e general Braga Netto (PL) pela Polícia Federal por uma suposta tentativa de golpe de Estado, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022, não tomaria posse no lugar do candidato derrotado. A ação, que carregava o nome de "Operação Punhal Verde e Amarelo", também previa a prisão ou o assassinato de autoridades, como Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), além de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Braga Netto foi preso no último sábado (14/12), em sua casa no Rio de Janeiro, por obstrução de justiça, já que, segundo decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, "atuou no sentido de obter informações relacionadas ao acordo de colaboração firmado com Mauro Cid". O tenente-coronel Mauro Cid foi o ajudante de ordens de Bolsonaro durante seu governo e firmou um acordo de delação com a Justiça.
Em outro momento, o vereador Vile (PL), apoiador de Bolsonaro e com forte atividade nas redes sociais, passou a ouvir gritos de "sem anistia" enquanto era diplomado.
Iza Lourença afirmou que seu mandato terá como pauta central "a luta contra a crise climática, a luta ambiental. A cidade é muito importante para que a gente possa sobreviver. Precisamos cuidar dos nossos rios, árvores, serras, combater a mineração e quero pautar isso".
Ela ainda destacou que irá combater todo tipo de violência, principalmente contra mulheres, a comunidade LGBTQIA+ e o racismo.
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O prefeito Fuad Noman (PSD) não esteve presente na diplomação. Ele ainda está se recuperando de problemas de saúde recentes, mas, segundo aliados, está bem e tomando os cuidados necessários para se recuperar.