SUCESSÃO

Damião e vereadores lamentam morte de Fuad e indicam futuro de BH

No velório do prefeito, autoridades locais lamentaram a perda de Fuad Noman e discutiram o futuro da relação entre os poderes na capital

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Na tarde desta quinta-feira (27/3), em meio à consternação pela morte de Fuad Noman (PSD), o velório do prefeito reeleito de Belo Horizonte reuniu na sede do Executivo da capital mineira os principais nomes do governo municipal. Desde Álvaro Damião (União Brasil), agora à frente da prefeitura, até o presidente da Câmara Municipal (CMBH), Juliano Lopes (Podemos), e os vereadores, o último adeus ao pessedista também sinaliza o futuro imediato da cidade.

Damião, que esteve ao lado de Fuad na campanha eleitoral, participou de toda a cerimônia do velório, passando a maior parte do tempo próximo ao caixão, localizado no saguão da prefeitura, na Avenida Afonso Pena, no hipercentro da capital. Em entrevista coletiva, o agora prefeito de BH se mostrou emocionado e afirmou que honrará a memória de Fuad Noman, falecido aos 77 anos em decorrência de complicações de um tratamento oncológico.

“Qual foi a vida do Fuad? Só trabalho. Quem conhece a minha vida pública sabe o quanto eu trabalho, de seis da manhã à meia-noite, todos os dias, sem feriado, sem domingo, sem nada. É o que nos ajuda, nos ensina e nos mostra que vamos trabalhar 24h por dia para honrar o mandato conquistado por Fuad e por mim”, disse.

Damião está à frente da prefeitura desde 3 de janeiro, quando Fuad foi internado pela quarta vez em um hospital da rede Mater Dei, desde que foi reeleito. Segundo o atual prefeito, cabe a ele responder à pergunta dos belo-horizontinos: “Como vai ser BH daqui para frente?”.

Questionado sobre o que aprendeu com Fuad Noman durante a campanha eleitoral e após a vitória nas urnas, Damião afirmou que o maior ensinamento foi dialogar com as pessoas mais simples.

“Tem que conversar com essas pessoas, olhar no olho e perguntar o que está acontecendo. E ele dizia: ‘isso nós vamos fazer’. Isso que eu vou continuar, o diálogo com as pessoas, a construção de uma cidade. Destravar Belo Horizonte, deixar a cidade crescer, ir para onde ela precisar ir com responsabilidade. É uma das coisas que ele me pediu, e eu vou fazer. Eu sei muito bem o que ele queria e por que foi eleito”, afirmou.

Damião também disse que seguirá um conselho da filha e sempre se perguntará: “O que o Fuad faria?” antes de tomar decisões importantes à frente da PBH. De acordo com a Lei Orgânica do Município, Damião já é oficialmente o prefeito. No entanto, ele tomará posse como chefe do Executivo em um ato solene na Câmara na próxima quinta-feira (3/4), quando se encerra o período de oito dias de luto oficial decretado na cidade.

Presidente da Câmara

Eleito presidente da Câmara em janeiro, Juliano Lopes (Podemos) compareceu ao enterro e confirmou a data da posse de Damião. O vereador também recordou seu período na Casa em contato com Fuad, que comandou a prefeitura a partir de 2022.

“Tive o privilégio, nos dois primeiros anos do mandato do prefeito Fuad Noman (PSD), de conviver com a pessoa que ele era. Sempre tratou as pessoas muito bem, com muito carinho, mostrando o ser humano que ele era. Se vocês fizerem uma enquete com todos os funcionários da prefeitura, vão ver que ele tem 80% de aprovação, pelo ser humano que foi”, afirmou.

Lopes venceu a eleição para a presidência da Câmara ao derrotar o governista Bruno Miranda (PDT) em um pleito marcado por críticas a Álvaro Damião. O então vice-prefeito coordenou a candidatura da base aliada e, após a derrota, foi chamado de “pateta” por Juliano.

“Tanto eu quanto os 41 vereadores, assim como Fuad e Álvaro, fomos eleitos para servir à cidade de Belo Horizonte. O que aconteceu no passado está superado da minha parte. Lógico que temos dois poderes independentes, mas devemos conviver em harmonia para que a cidade se desenvolva. Da minha parte, como presidente e vereador por quatro mandatos, desejo boa sorte a Damião e que consiga colocar em prática o plano de governo que apresentou na campanha junto com Fuad”, destacou o segundo homem da linha sucessória do Executivo.

Governistas projetam futuro

O líder do governo na Câmara Municipal, vereador Bruno Miranda (PDT), afirmou que, "a princípio", permanece no cargo e que a relação entre o Legislativo e o novo prefeito deve se manter "tranquila" com a chegada de Damião à prefeitura em definitivo.

“Tenho feito esse trabalho com o Álvaro desde o início do ano, mas, obviamente, a liderança é uma prerrogativa do prefeito. Estamos à disposição para contribuir com a cidade, seja em qualquer posição. O Álvaro é um amigo, uma pessoa que eu já conhecia da Câmara Municipal, alguém que já admirava pelo trabalho na imprensa. Vamos construir uma relação na Câmara de muito respeito e fraternidade”, declarou.

Helton Júnior (PSD), vereador novato e correligionário de Fuad, lamentou a morte do prefeito, a quem caracterizou como um líder do partido, cuja ausência é ‘inimaginável’. Sobre a relação com Álvaro Damião, o parlamentar se mostrou confiante.

“O Álvaro, por ter vindo da Câmara, sabe muito bem como as coisas funcionam no Legislativo, conhece as necessidades dos vereadores e, em última instância, compôs a chapa com o prefeito. Nós trabalhamos para eleger o Fuad, mas também para eleger o Damião, então imagino que a relação será positiva”, analisou.

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