A técnica utilizou pequenas incisões entre as costelas, permitindo a remoção do pulmão comprometido -  (crédito: NYU Langone Staff/ Reprodução )

A técnica utilizou pequenas incisões entre as costelas, permitindo a remoção do pulmão comprometido

crédito: NYU Langone Staff/ Reprodução

 

 O primeiro transplante de pulmão duplo realizado inteiramente por robôs foi feito no NYU Langone Health, nos Estados Unidos. Essa inovação representa um avanço significativo na cirurgia robótica e reafirma o centro médico acadêmico como referência global nesse tipo de procedimento.

 

De acordo com informações do NYU Langone Health, a cirurgia foi conduzida pela médica Stephanie H. Chang, professora associada do Departamento de Cirurgia Cardiotorácica da NYU Grossman School of Medicine e diretora do Programa de Transplante de Pulmão do NYU Langone Transplant Institute.

 

 

 

A equipe transplantou os pulmões de Cheryl Mehrkar, uma paciente de 57 anos comdoença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), condição progressiva que dificulta a respiração. O procedimento foi realizado com o sistema robótico Da Vinci Xi em todas as etapas, tecnologia que proporciona maior precisão e reduz o trauma para o paciente.

 

A técnica envolveu pequenas incisões entre as costelas, permitindo a remoção do pulmão afetado, a preparação do local cirúrgico e o implante dos novos pulmões de forma minimamente invasiva.

 

O transplante foi realizado em 22 de outubro de 2024, apenas quatro dias após Cheryl ser incluída na lista de espera, depois de meses de avaliação médica conduzida por Jake G. Natalini, professor assistente do Departamento de Medicina, e Luis F. Angel, diretor médico de transplante de pulmão do NYU Langone Transplant Institute.

 

A cirurgia foi coordenada por Stephanie Chang, com o apoio de Travis C. Geraci, professor assistente do Departamento de Cirurgia Cardiotorácica, e Eugene A. Grossi, titular da cátedra Stephen B. Colvin de Cirurgia Cardiotorácica.

 

"Estou muito grata ao doador e à sua família por me darem outra chance de vida", declarou Mehrkar em uma publicação do NYU Langone Health. Ela foi  diagnosticada com DPOC em 2010, e sua condição se agravou após uma infecção por Covid-19 em 2022.

 

 

Ao longo de sua vida, Mehrkar foi ativa, trabalhando como instrutora de mergulho, motociclista e conquistando o cinturão preto de caratê junto com o marido, com quem mantinha um dojo. Após se aposentar do caratê, tornou-se técnica voluntária de emergência em um departamento de bombeiros no condado de Dutchess, em Nova York, e continua contribuindo com sua comunidade.

 

Mehrkar relatou que, por muito tempo, foi informada de que não estava doente o suficiente para um transplante. No entanto, a equipe do NYU Langone Health priorizou sua qualidade de vida, e ela demonstrou gratidão aos médicos e enfermeiros por lhe devolverem esperança.


"É um privilégio ajudar os pacientes a retomarem uma vida saudável", afirmou Chang. "Com esses sistemas robóticos, a equipe busca minimizar o impacto dessa cirurgia, reduzir a dor pós-operatória e oferecer os melhores resultados possíveis", acrescentou.

 

Em 2023, o NYU Langone Transplant Institute realizou 76 transplantes de pulmão, sendo reconhecido por retirar rapidamente pacientes da lista de espera e por sua alta taxa de sobrevivência. O centro é referência global em cirurgia robótica, realizando mais de 2.000 procedimentos assistidos por robô anualmente, além de treinar cirurgiões de diversos países.

 

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