A cárie dentária continua a ser um problema de saúde pública no Brasil, afetando milhões de pessoas e destacando a necessidade de cuidados preventivos mais eficientes. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal de 2024, realizada em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 41,5% da população brasileira apresenta cárie, com uma média de 2,2 dentes cariados por pessoa. O problema é ainda mais grave entre adolescentes de 12 a 15 anos, faixa etária em que a prevalência atinge 57,4%.
“A cárie não escolhe idade e afeta pessoas desde a infância até a terceira idade. Se não for tratada, pode causar problemas sérios, como infecções e perda dentária,” explica o cirurgião-dentista e especialista em implantes, Cesar Rodrigues. “É um problema que vemos todos os dias no consultório, e os cuidados preventivos são fundamentais para evitar as complicações que a cárie pode causar”.
Os primeiros sinais da cárie podem ser silenciosos, com manchas brancas na superfície do dente que podem passar despercebidas. À medida que a cárie avança, no entanto, surgem sintomas mais evidentes. “A cárie inicial pode não provocar dor, mas, quando progride, o paciente pode começar a sentir uma sensibilidade ao frio, ao calor ou ao doce, além de um desconforto constante”, esclarece Cesar. Ele alerta que, sem tratamento, a cárie pode penetrar nas camadas mais profundas do dente, atingindo a polpa e causando dor intensa e até infecções graves.
Uma vez identificada a cárie, o tratamento pode variar conforme a gravidade do quadro. “No estágio inicial, conseguimos reverter o processo com uma abordagem conservadora, removendo a área afetada e restaurando o dente”, explica Cesar. Ele reforça que, quanto mais cedo a cárie for tratada, menor é o risco de danos permanentes. “Mas, se a cárie atingir a polpa do dente, podemos precisar de tratamentos mais invasivos, como o tratamento de canal, para evitar a perda do dente”, complementa.
Para Cesar, o desafio continua sendo a prevenção. “A cárie é uma condição evitável, mas exige uma rotina de cuidados diários. A escovação correta, o uso de fio dental e as consultas regulares ao dentista são essenciais para manter a saúde bucal em dia.” Ele enfatiza que os pais têm um papel fundamental na prevenção, especialmente para os adolescentes, que são a faixa etária mais afetada. “Orientar os jovens desde cedo a terem uma boa higiene bucal é um investimento na saúde deles para a vida toda”, diz o especialista.
- Ausência de cáries não significa boca saudável, alertam dentistas
- Pasta com flúor faz mal? Esclareça 17 mitos e verdades sobre a cárie
O dentista destaca também a importância de uma alimentação equilibrada. “Reduzir o consumo de açúcares e alimentos ultraprocessados é fundamental. Esses alimentos aumentam o risco de cáries porque criam um ambiente propício para as bactérias se multiplicarem na boca”, explica Cesar. Ele ressalta que uma dieta rica em frutas, verduras e outros alimentos nutritivos ajuda a fortalecer os dentes e a prevenir o desenvolvimento de cáries.
Além dos cuidados diários, as consultas periódicas ao dentista são cruciais. “Muita gente só vai ao dentista quando sente dor, mas a prevenção é a melhor maneira de evitar problemas como a cárie. Recomendo visitas regulares, de seis em seis meses, para que o dentista possa fazer uma limpeza e identificar qualquer sinal de cárie precocemente”, aconselha.
A cárie dentária é um problema que persiste e atinge todas as idades, mas, com medidas simples, pode ser evitada. “Cuidar da saúde bucal é mais do que estética. É uma questão de saúde e bem-estar. Quanto mais atenção dermos aos nossos dentes, menos riscos teremos de enfrentar problemas sérios no futuro”, recomenda o cirurgião-dentista.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia