O médico nutrólogo Pedro Andrade, novo namorado da cantora Sandy, tem gerado alvoroço entre seus seguidores após compartilhar o último ciclo de uma dieta incomum: por 60 dias, três vezes ao ano, comer alho em jejum. Com bom humor, Pedro tem respondido às diversas dúvidas no Instagram sobre o alimento. “Só fica perto quem te ama”, respondeu nos comentários sobre o possível mau hálito que o hábito traz.
"Hoje começo meu terceiro ciclo anual de alho em jejum. Eu uso durante 60 dias três vezes por ano, não consecutivo, pois posso criar sensibilidade ao alimento (como todo alimento que você consome com frequência — devemos respeitar a sazonalidade de Deus). “É difícil encontrar na literatura científica um alimento com mais propriedades medicinais que o alho. É literalmente um remédio”, complementou.
O poder do alho
Não é novidade que o vegetal é, para além de um tempero natural, um aliado à saúde. Prova disso é uma recente revisão de estudos publicada no periódico “Nutrients” que aponta os efeitos benéficos do alho nas taxas de glicose e de colesterol.
Pesquisadores chineses analisaram mais de dois mil trabalhos e concluíram que substâncias presentes no vegetal atuam no equilíbrio da produção de insulina - hormônio que permite a entrada da glicose (açúcar) dentro das células , promovendo o controle glicêmico no sangue. Essa ação contribui para a diminuição do risco de desenvolver diabete tipo 2.
O trabalho ainda aponta a redução dos níveis de LDL, considerado o colesterol ruim, e um discreto aumento do HDL, conhecido como o bom colesterol. Tais efeitos têm ação protetora nos vasos sanguíneos, reduzindo o risco de complicações cardiovasculares como a aterosclerose, que é o acúmulo de gordura nas artérias.
“Embora o estudo levante hipóteses interessantes, mais pesquisas são necessárias para entender melhor os mecanismos e a quantidade ideal para alcançar os benefícios”, destaca a nutricionista Giuliana Modenezi, do Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Origem
Nativo da Ásia, o alho faz parte de uma família que inclui ainda a cebola, a cebolinha e o alho-poró. Sua estrutura é feita da “cabeça”, com 12 ou mais bulbos; e os dentes, que concentram os festejados compostos organossulfurados, responsáveis por grande parte das propriedades à saúde e ainda pelo cheiro peculiar do vegetal.
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Na natureza, tais substâncias servem como estratégia para repelir insetos e outros inimigos. Elas ficam guardadas no vegetal, mas quando ele é picado, mordido ou amassado, suas células se rompem e uma cadeia de reações começa. Enzimas e outros compostos, que antes estavam separados, se encontram, reagem e, assim, surgem as famosas moléculas responsáveis pelo sabor picante e aroma forte, aquele do bafo.
“Além dos benefícios apontados no estudo, o alho oferece fibras diferenciadas, de atuação prebiótica, que colaboram para a microbiota intestinal”, comenta a nutricionista. Ela explica que manter esse ecossistema do nosso intestino em equilíbrio fortalece a imunidade e até colabora para o humor.
Como consumir?
Giuliana enfatiza que não adianta apostar no alho se a alimentação for recheada de opções pouco saudáveis, sem espaço adequado para hortaliças, frutas e grãos integrais, por exemplo. Pesquisas sugerem que, para se valer de todos os atributos desse alimento, o ideal é consumi-lo cru ou, no máximo, acrescentá-lo ao final das preparações.
No post do Instagram, Pedro revelou como faz para consumir o vegetal de gosto tão forte. "Eu aprendi com um paciente a dar uma grelhada nele de um minuto com azeite, isso tira um pouco do gosto ardido e deixa mais tolerável sua utilização. Já faço o da semana, depois vou tirando um por dia, amasso e consumo de estômago vazio. [Bebo] 500 ml de água em seguida. Se ingerirmos com os alimentos, ele perde parte das propriedades medicinais por competir com outros nutrientes a absorção."
Mas nem o método pode agradar os paladares, por isso, Giuliana recomenda o alho refogado que serve de base para tantas preparações, caso do arroz com feijão. “Tem também o alho frito, que incrementa receitas com sua crocância”, acrescenta.
Vale destacar que na cozinha, a sugestão é usar sempre o vegetal fresco e evitar aqueles produtos prontos, já que a tendência é que ocorra oxidação e o alimento perca qualidade. Mesmo assim, excessos são contra indicados, sobretudo para quem é mais sensível.
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