Os protetores auriculares de silicone ou tampões de ouvido à prova d'água são muito eficazes para evitar a entrada de água no canal auditivo -  (crédito: Freepik)

Os protetores auriculares de silicone ou tampões de ouvido à prova d'água são muito eficazes para evitar a entrada de água no canal auditivo

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Durante o verão, é comum que as pessoas passem mais tempo em ambientes ao ar livre, indo à praia, frequentando piscinas e aproveitando o calor. Porém, esse período mais quente também exige cuidados especiais com a saúde dos ouvidos.

 

 

“A exposição à água e ao sol pode causar incômodos e devemos estar atentos aos sintomas auditivos. A água do mar e da piscina, quando fica presa nos ouvidos, favorece a proliferação de bactérias e fungos. O paciente pode relatar sensação de ouvido tapado e dor. Isso pode levar a infecções como a otite externa”, afirma a médica otorrinolaringologista, especialista em tontura e zumbido, Nathália Prudencio.

 

 

Mas por que a água entra e não sai? A médica explica que o ouvido externo é um canal que finaliza na membrana timpânica. Esse canal é fechado e, portanto, pode entrar água, que tende a sair ou evaporar. “O mais comum é que isso aconteça. Porém, alguns fatores podem propiciar que a água se mantenha ali dentro, como a anatomia do canal do ouvido de alguns pacientes, que pode ser um pouco mais irregular, favorecendo que a água entre e não saia”, elucida.

 

A segunda possibilidade é a presença de cera dentro do ouvido, que impede que a água saia rapidamente. “Também pode ocorrer de a água ‘amolecer’ a cera, o que vai tampar o ouvido do paciente. O ambiente úmido é propício para o crescimento de microrganismos, como bactérias e fungos, que causam infecções como a otite externa”, explica a médica.

 

A especialista destaca que, se o paciente sentir que a água entrou no ouvido e não saiu, a primeira dica é usar a gravidade a favor. “É possível virar a cabeça para o mesmo lado do ouvido que entrou água e dar leves batidinhas do lado contrário da cabeça. Nesse momento, o paciente pode tentar também puxar o lóbulo da orelha para abrir um pouco mais o conduto auditivo e facilitar um pouco mais a saída de água”.

 

Se isso não resolver, em alguns casos é necessário realizar a secagem do ouvido com um secador de cabelo, com uma distância considerável do ouvido, segundo a médica. “Isso deve ser feito nunca com o jato de ar muito próximo e na menor velocidade e temperatura possível. O vento não pode estar quente e nem muito próximo à orelha”, diz.

 

Evitar introduzir objetos ou pingar qualquer substância no ouvido também é importante. A médica diz que um erro comum é tentar métodos caseiros como pingar azeite quente ou álcool e até mesmo remédios no geral.

 

“Não indicamos também usar hastes flexíveis de algodão, grampo ou outros materiais pontudos, principalmente se o paciente tiver histórico de acúmulo de cera no ouvido, porque provavelmente vai empurrar ainda mais a cera para dentro do ouvido”.

 

“Quando isso não resolve ou se o paciente notar que está com a sensação de ouvido tapado que não apresenta melhora espontânea ou está percebendo dor no ouvido, é necessário buscar ajuda de seu otorrinolaringologista, porque pode ser que o quadro já tenha evoluído para uma otite externa, que pode requerer tratamentos como uso de antibióticos e anti-inflamatórios e até mesmo remoção da cera”, elucida Nathália.

 

 

Pacientes que costumam ter problemas pelo acúmulo de cera podem se precaver visitando o médico antes da viagem. “O otorrinolaringologista irá verificar a necessidade de se retirar a cera, o que pode diminuir o risco de problemas”, diz a especialista.

 

No caso de pessoas que costumam relatar otite externa por entrada de água, Nathália Prudêncio recomenda o uso de protetores auriculares específicos para atividades aquáticas. “Os protetores auriculares de silicone ou tampões de ouvido à prova d'água são muito eficazes para evitar a entrada de água no canal auditivo, especialmente se você pratica natação ou costuma ter problemas quando mergulha em piscinas e no mar.”

 

Outro cuidado é com relação à pele das orelhas. A médica diz que, embora não esteja ligada diretamente ao surgimento de infecções, a exposição solar pode gerar queimaduras na orelha, por isso é necessário ter cautela. “É recomendado o uso de protetores solares e, quando possível, usar chapéus ou bonés.”

 

A médica lembra que, no Brasil, o verão também é marcado pelo período de férias e, com ele, o aumento da exposição a ruídos e ambientes barulhentos, como as festas e comemorações, como queima de fogos.

 

“O som elevado pode prejudicar a saúde auditiva, principalmente em exposições prolongadas. Para proteger os ouvidos, além de evitar ambientes com sons altos, é possível usar protetores auriculares quando estiver exposto a ruídos intensos”, complementa.

 

“Mas, lembre-se, em casos de dor ou desconforto nos ouvidos após uma exposição prolongada ao sol ou água, é recomendado procurar um médico para verificar se há infecção ou outra condição”, reforça Nathália Prudêncio.

 

 

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