O início do último mês do ano foi diferente para os mineiros, já que os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal foram incluídos na Lista Representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Mais do que um título simbólico, esse reconhecimento contribuirá para preservar uma tradição centenária que teve início nas montanhas mineiras e está ligada a uma história milenar.
Vale destacar que o alimento é tão importante que foi incluído até no show de drones, realizado na Praça da Liberdade, no bairro Funcionários, durante a virada do ano. O alimento é feito há três séculos, desde o período colonial, a partir do leite cru. A produção do Queijo Minas Artesanal abrange 106 municípios do estado de Minas Gerais.
De acordo com a nutricionista Simone Procópio, o queijo é um alimento que pode fazer parte da dieta com equilíbrio. “Ele é rico em proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e ácidos graxos. Até mesmo pessoas intolerantes à lactose conseguem consumir pequenas quantidades, dependendo do tipo de queijo”, explica.
Entre os nutrientes, as vitaminas A, B, B12, D e K2 ganham destaque, além de minerais como cálcio, magnésio e fósforo. “Os queijos também são fontes de probióticos, que auxiliam na microbiota intestinal e contribuem para a imunidade”, acrescenta.
Variações nutricionais
Nem todos os queijos são iguais em composição ou benefícios. “Existem queijos mais gordurosos, como o cheddar, e outros mais magros, como a ricota. As diferenças dependem do tipo de leite usado, do processo de fabricação e do tempo de maturação”, explica Simone.
Os queijos frescos, como cottage, ricota e minas frescal, são menos calóricos e apresentam sabor suave. Já os maturados, como parmesão e gouda, concentram mais nutrientes, mas possuem maior teor de gordura e sódio. “Quanto mais amarelo o queijo, maior a quantidade de gordura e, consequentemente, de calorias”, destaca.
Para evitar queijos de baixa qualidade ou contaminados, a nutricionista recomenda atenção a fatores como armazenamento e procedência. Ela orienta:
1. Armazenamento: “Verifique se os queijos estão em temperatura adequada e livres de contaminação no ponto de venda”
2. Procedência: “Dê preferência a marcas conhecidas e produtos com fiscalização sanitária”
3. Embalagem: “Opte por queijos com lacre intacto e, no caso dos artesanais, informe-se sobre a produção”
4. Rótulo: “Leia as informações de validade, ingredientes e registro no órgão responsável”
5. Aparência: “O queijo deve ter cor, textura e cheiro característicos. Evite produtos com manchas ou odor fora do comum”
Intolerância à lactose
Pessoas intolerantes à lactose ou à caseína também podem consumir alguns tipos de queijos. “Durante a maturação, as bactérias digerem parte da lactose e da caseína, o que facilita a digestão”, esclarece Simone. Queijos maturados, como parmesão, grana padano e gouda, apresentam baixos teores de lactose. Já os frescos, como ricota, devem ser consumidos com cautela.
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“Hoje, há também versões sem lactose disponíveis no mercado, que são uma alternativa segura”, complementa.
Consumo com moderação
O queijo pode fazer parte de uma dieta equilibrada, mas deve ser consumido em porções adequadas. Segundo Simone Procópio, o excesso pode trazer riscos, como aumento do colesterol, retenção de líquidos e ganho de peso. “Queijos são alimentos palatáveis e nutritivos, mas precisam ser consumidos com moderação, principalmente os mais gordurosos e com alto teor de sódio.”
A recomendação é consumir cerca de 30 gramas por refeição, de duas a três vezes ao dia, respeitando as necessidades calóricas individuais ou as orientações de um nutricionista.
Tipos de queijo
Simone lista os queijos menos e mais calóricos para facilitar as escolhas:
Menos calóricos:
- Quark
- Ricota
- Cottage
- Minas frescal
- Feta
- Queijo de cabra macio
- Burrata
- Requeijão
- Muçarela de búfala
- Muçarela
Mais calóricos:
- Queijo de cabra duro
- Parmesão
- Cheddar
- Gouda
- Gorgonzola
- Provolone
- Cream cheese
- Brie
- Prato
- Minas meia cura
“A chave é equilibrar o consumo com outros alimentos saudáveis, como vegetais, frutas e grãos, para manter a qualidade nutricional da dieta”, destaca a nutricionista.