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Campanha: instituições brasileiras apoiam primeiro 'Dia Mundial da Adesão'

iniciativa da Federação Mundial do Coração conscientiza sobre a importância da adesão aos tratamentos, visando melhorar os resultados de saúde e reduzir custos

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Esta quinta-feira (27/3) marca, pela primeira vez na história, o Dia Mundial da Adesão, uma iniciativa da Federação Mundial do Coração (World Heart Federation - WHF) para conscientizar sobre a importância da adesão aos tratamentos, visando melhorar os resultados de saúde e reduzir os custos desnecessários.

Com apoio de 15 instituições internacionais, a campanha #DontMissaMoment mobiliza sociedades científicas e médicas de todo o mundo. No Brasil, a iniciativa, traduzida como Proteja seus momentos, tem o apoio da Sociedade Brasileira de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Hipertensão, do Vozes do Advocacy - Federação de Associações e dos Institutos de Diabetes e Obesidade, ADJ Diabetes Brasil e Servier do Brasil.



A WHF alerta que as taxas de adesão ao tratamento, as recomendações de estilo de vida e as orientações gerais de saúde estão perigosamente baixas em todo o mundo, aumentando o número de hospitalizações evitáveis e piorando os resultados clínicos. Em países de alta renda, estima-se que mais de 50% dos pacientes com condições crônicas não seguem os tratamentos prescritos, e as taxas de adesão são ainda mais baixas em países de baixa renda.

"Este é um momento decisivo e aumentar a conscientização é o primeiro passo para fechar essas lacunas críticas na saúde", diz o professor Jagat Narula, presidente da Federação Mundial do Coração. "As razões para a não adesão são complexas, desde o estigma e as barreiras de comunicação até às restrições financeiras. E devemos agir agora”, complementa.

A baixa adesão ao tratamento farmacológico de doenças crônicas é um desafio significativo no Brasil. De acordo com um estudo publicado na Revista de Saúde Pública, aproximadamente 30,8% dos pacientes com doenças crônicas não seguem corretamente as prescrições médicas. Diversos fatores estão associados a essa baixa adesão, incluindo a idade, escolaridade, região de residência, custos do tratamento, número de doenças e uso de múltiplos medicamentos. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, aponta que cerca de 50% dos pacientes interrompem a adesão correta já no primeiro ano de tratamento.


Outro estudo, com base nos dados de hospitalizações por doenças cardiovasculares no Sistema Único de Saúde, entre os anos de 2014 e 2023, estima que a economia potencial para o SUS ao reduzir as hospitalizações e óbitos por doenças cardíacas relacionadas à hipertensão - enfermidade que enfrenta um dos principais desafios à adesão ao tratamento - pode chegar a R$9,25 bilhões em dez anos, em um cenário de redução de 30% de hospitalizações e 20% em óbitos.

O presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Paulo Caramori, ressalta que aderir a um tratamento é fundamental para a sua eficácia e para melhorar a saúde geral do paciente. “Tomar os medicamentos corretamente garante que o tratamento seja eficaz em controlar ou, até mesmo, curar a doença. Aderir à orientação médica pode prevenir complicações relacionadas à enfermidade, reduzir o risco de hospitalizações futuras, melhorar a qualidade de vida e economizar recursos. Se você tiver alguma dúvida, antes de interromper o tratamento, comunique-se com o seu médico”, ressalta o cardiologista da SBC, instituição membro da WHF no Brasil.

Para profissionais de saúde e cuidadores, garantir que os pacientes cumpram os seus planos de tratamento - incluindo medicamentos, dieta, exercícios e acompanhamentos regulares - é uma tarefa árdua. Tempo, recursos e mecanismos de acompanhamento limitados dificultam o rastreamento da adesão, deixando os pacientes vulneráveis a consequências com risco de morte.

Por isso, a WHF, em coalizão com 15 parceiros globais, convoca pacientes, cuidadores, indústrias farmacêuticas e comunidade médica a se unirem para quebrar as barreiras à adesão. "O tratamento não para no consultório médico. Com o Dia Mundial da Adesão, pretendemos iniciar um diálogo global e invocar um movimento para tornar a adesão - seja a medicamentos, a um estilo de vida mais saudável ou a cuidados de acompanhamento - uma prioridade de saúde que merece um compromisso universal”, diz Jagat Narula.

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