O Bloco Faraó anunciou que não vai desfilar no Carnaval de Belo Horizonte de 2024 que vem. Organizadores do coletivo, que chega a arrastar 300 mil foliões pelas ruas da capital mineira, dizem que, por causa das dificuldades financeiras, vão aproveitar o ano que vem para uma pausa estratégica. O plano é retornar para a folia belo-horizontina em 2025.

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Reinaldo Trindade, um dos fundadores e produtor do bloco, conta que o carnaval belo-horizontino passa por dificuldades de incentivos públicos e privados, além da perda do número de frequentadores fiéis. Segundo ele, também há escassez de recursos no Faraó. Outros blocos tradicionais do Carnaval de BH como o Garotas Ousadas também já haviam anunciado a ausência em 2024.

“Quem vai ao Carnaval muitas das vezes não enxerga a preparação”, diz Trindande. Ele afirma que o maior motivo do hiato nas ruas é o financeiro, já que o bloco sobrevive com contribuições da equipe e sem o foco de gerar lucros.



O organizador do Bloco Faraó aponta dificuldades para garantir recursos para planejamentos a longo prazo. O Bloco do Faraó teve projeto aprovado na Lei Estadual de Incentivo à Cultura, lei 22.944/2018 que permite ao contribuinte do ICMS apoiar financeiramente o projeto artístico cultural.

Segundo ele, a tendência é que os patrocinadores privados apareçam a dois meses do desfile, o que compromete as preparações. “Queríamos um projeto para o ano inteiro, ensaiar com professores e regentes pagos, mas cada ensaio tem um custo elevado”, conta Trindade, que afirma que uma sessão com regentes, percussionistas ou professores pode custar entre R$ 250 e R$ 600.

No primeiro ano do bloco, em 2019, foram 28 encontros para sincronizar a bateria, cantores e dançarinos antes da apresentação. Reinaldo Trindade elenca outros custos da folia, como segurança, alimentação, hidratação, carros elétricos e microfonação individual dos instrumentos. 

Editais de incentivos públicos

Para 2024, a prefeitura de Belo Horizonte (PBH) organizou 3 categorias de auxílios públicos a serem encaminhados para os grupos. Os da categoria A recebem R$ 21.500 (50 blocos); da B, R$ 12.500 (35 blocos) e da C, R$ 7.500 (20 bloco). “Sempre pleiteamos o maior valor que dá para pagar aproximadamente 50% do trio elétrico”, conta o produtor.

Sobre a queda de membros regulares, Reinaldo considera a pandemia como a responsável e que o bloco teve de se reestruturar totalmente para o evento de 2023.

“Foram dois anos sem um Carnaval de rua, com o isolamento em 2021 e a festa no salão de 2022. Para levar o Faraó para as avenidas neste ano, tivemos de começar praticamente do zero”, conclui. 

*Estagiário sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa

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