Já embarcado na campanha de Mauro Tramonte (Republicanos), Alexandre Kalil avalia positivamente o grupo de candidato, mas vê seu aliado como nome mais preparado para a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o ex-prefeito da capital comentou sobre os oponentes que o deputado estadual enfrentará em campanha pelos próximos dois meses e rechaçou a replicação da dualidade entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) no cenário municipal.


 

Caracterizando Tramonte como um candidato curioso e disposto a ouvir conselhos, Kalil disse que o deputado estadual e apresentador de TV é o nome mais preparado da disputa. Ele citou o programa de governo publicado pelo parlamentar para elogiar as propostas apresentadas pelo novo aliado e futuro correligionário, já que o ex-prefeito está de malas prontas para aportar no Republicanos.


 



 

“Pode vir quem quiser. Nenhum deles tem o preparo, hoje, que o Mauro Tramonte tem. Isso eu te garanto. Pode ser professor, autodidata, técnico, pode ter trabalhado na África. Nem um deles tem o preparo que o Tramonte tem, está tendo e terá. Ele está afiado, está estudando o assunto, preparado. Se você olhar o programa do Mauro Tramonte, que eu passei o olho, não tem nada que não seja factível lá dentro. Tudo que está lá dá para fazer”, disse.


 

Kalil foi reeleito em 2020 pelo PSD com Fuad Noman (PSD) como vice na chapa. Dois anos depois, deixou a prefeitura para concorrer ao governo de Minas. A derrota nas urnas foi seguida por um afastamento entre as partes até a ruptura da relação no fim de julho, quando o ex-prefeito anunciou a mudança para o Republicanos e o apoio a Tramonte e assumiu uma postura pública de críticas à atual gestão da capital.


 


 

O endosso à candidatura de Tramonte significa também uma aproximação com Romeu Zema (Novo). O governador indicou sua secretária de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto (Novo), como vice na chapa liderada pelo deputado estadual. Em 2022, ladeado por Lula, Kalil foi batido por Zema, que atuou na campanha de Bolsonaro no âmbito nacional.


 

A mudança partidária de Kalil foi alvo de críticas nas campanhas e já no primeiro debate televisionado. Por um lado, o deputado federal Rogério Correia (PT) enfatizou o passado de embates com Zema. Do outro, o deputado estadual Bruno Engler (PL) recordava a aliança com Lula na tentativa de afastar o eleitorado de direita de Tramonte. Questionado sobre o tema, o ex-prefeito reafirmou seu voto em 2022, mas afastou a polarização nacional da disputa belo-horizontina.


 

“Se eu tivesse que votar de novo entre Lula e Bolsonaro, eu votava no Lula de novo. O apoio foi uma coisa política, o meu voto como cidadão. Eu não voto na terra plana. Eu não voto em quem arranca máscara de menino. Eu não voto em quem acha que a cloroquina vai curar. Nós não tínhamos opção. Agora, vamos esclarecer uma coisa, não existe democracia na Venezuela, o que tem lá é um sanguinário. A terra é plana? Não, a terra é redonda. Cloroquina cura? Não, o que cura é a vacina. Então não me põe nem aqui e nem lá. Não estou preocupado nem com o Rogério e nem com o Bruno Engler. Estou preocupado com posto de saúde e Mauro Tramonte”, afirmou.


 

Kalil também falou sobre a deputada federal Duda Salabert, que concorre à prefeitura pelo PDT: “Minha amiga, assim como o Rogério. A Duda é uma concorrente duríssima e tem que ser muito respeitada”, disse. Sobre o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB), o ex-prefeito disse não ter preocupações e que o vereador “não tem número” para concorrer ao Executivo.

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