Dia 1º de maio será celebrado o Dia do Trabalho. E o que vem a ser trabalho?
Inicialmente, vamos compreender trabalho como um conjunto de atividades realizadas para alcançar um objetivo. Podemos fazer um trabalho acadêmico, voluntário, social, doméstico, manual ou artístico. Sendo assim, trabalhar se refere a exercer uma determinada atividade que pode ou não ser remunerada.
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Para exemplificar um pouco mais a diferença entre o sentido das palavras, trago uma fala de Mário Sérgio Cortella, que diz: a gente pode entender emprego como meio, mas trabalho, jamais. Há uma distinção entre trabalho e emprego: trabalho é fonte de vida, emprego é fonte de renda. Meu trabalho é aquilo que faço para que minha vida tenha sentido. Há pessoas que não têm emprego e trabalham, fazem trabalho voluntário, cuidam da casa e de outras pessoas.
O ideal é quando o emprego coincide com o trabalho. Nessa hora, evidente que o trabalho é fonte de vida, mas também meio de vida. A gente não pode imaginar o trabalho somente como algo que faço para conseguir outras coisas. Ele também é resultante de uma obra, de uma coisa que me alegra, me anima, me faz crescer e me eleva.
Não devemos aceitar o trabalho como um sofrimento contínuo. Nesse caso, é urgente revê-lo e procurar uma forma de mudá-lo ou, pelo menos, mudar a forma de exercê-lo. Caso contrário, corremos o risco de cair no hábito comum, tão usualmente dito: “estou me matando de tanto trabalhar”. Para esta expressão, Leandro Karnal nos alerta como o “suicídio ético do século XXI”.
Existe a possibilidade de trabalhar com algo de que não se gosta para ter como fazer o que gosta fora do trabalho. Mas aí é uma coisa consciente. O fato de alguém estar numa situação de emprego transitória para que consiga outras coisas não é humilhante, desde que a pessoa tenha clareza disso. É preciso ter consciência do que está fazendo.
Se o trabalho representa 3/5 de nossas vidas, e se vemos o trabalho como um fardo, algo ruim 100% do tempo, estamos tornando nossa vida uma experiência 100% ruim, um fardo.
É certo que todo caminho tem pedras e espinhos, e com o trabalho não é diferente. Em alguns momentos estamos cansados física e mentalmente, irritados, frustrados. Porém, é necessário ter consciência do que estou fazendo comigo mesmo. Qual destino e sentido estou dando para minha existência laboral, familiar e afetiva. Qual caminho estou escolhendo? Para onde quero ir?
A escolha e exercício de uma profissão ou de um trabalho não é apenas um valor em nossa sociedade, mas uma necessidade de todo ser humano.
Tornar-se útil e produtivo aos sistemas que pertencemos através de uma atividade na qual possamos empregar todo o nosso esforço e potencial é, num certo sentido, promover tanto o indivíduo quanto trabalhar para a manutenção desses mesmos sistemas, seja ele familiar, organizacional ou institucional.
Independentemente da escolha profissional, ao nos tornarmos produtivos, estamos compartilhando nossos dons, habilidades e competências, assim como nosso tempo, propósito e valores, dando, assim, sentido à nossa própria existência no mundo.
Nosso lugar no sistema familiar como filho(a), pai, mãe, nossos papéis sociais como estudantes, profissionais, os diferentes cargos ocupados numa empresa ou instituição, definem parcialmente nossa identidade como pessoa e membro de um sistema.
E para aqueles que não conseguem se encontrar na vida e na profissão ?
Para esses indivíduos, Bert Hellinger, pai da constelação familiar, traz algumas possibilidades. Para ele, as pessoas que apresentam dificuldade de se encontrar no mundo e de ocupar seu lugar é porque não sabem e não conseguem enxergar a sua identidade no seu sistema familiar.
Para Bert , “o êxito na nossa vida profissional está diretamente ligado com a relação com os nossos pais”.
Segundo ele, alguns enredamentos sistêmicos tiram a força da pessoa que não consegue seguir a sua vida ou assumir o seu próprio destino diante dela criando inúmeras disfunções, como exemplo: indecisão para escolher uma profissão; falta de motivação para o trabalho em geral; dificuldade em conviver ou participar de grupos profissionais, obstáculo para executar uma função dentro de uma empresa para a qual estava plenamente capacitado; dificuldade em concluir um curso ou atividade profissional que começa.
Para Bert, o trabalho é o pai, a profissão é a mãe. Quando alguém se alegra com a sua mãe, também se alegra com sua vida e seu trabalho. À medida que alguém aceita a sua mãe totalmente, com tudo aquilo que ela lhe representou tomando isso com amor, a sua vida e o seu trabalho o presentearão, na mesma medida, com sucesso.
Quem tem reservas em relação à sua mãe, as tem também em relação à vida e à felicidade.
Nosso sucesso começa com a nossa mãe, e quem o sustenta é o pai. É através da força do pai, do masculino, que tudo aquilo que foi aprendido (profissão) será colocado para fora (trabalho).
O indivíduo precisa da força do pai para sair e “ganhar” a vida.
É de fundamental importância que observemos, além de nossa relação com os nossos pais, a relação que estabelecemos profissionalmente, e a forma como finalizamos cada etapa, como saímos das organizações e das relações profissionais que tivemos.
O que guardamos internamente, as dores, alegrias, fracassos, conquistas, os sentimentos negativos e positivos que cultivamos impactam em nós, em nossa vida profissional atual.
Eles estarão diretamente conectados à construção de nossa carreira, na maneira que iremos desenvolver as oportunidades para nossa ascensão profissional.
Eu não posso viver a vida trabalhando para ser feliz, eu preciso ser feliz trabalhando e vivendo aqui e agora. A felicidade não é lá, não é algo que encontro, é algo que experimento vivenciando, e por que não trabalhando? Felicidade é o momento presente!