Nunca imaginei que seria testemunha de uma guerra em pleno século XXI. A guerra entre Ucrânia e Rússia, que já dura mais de um ano, sem previsão de término. Por mais que tente compreender o que os move, os acordos e interesses, os verdadeiros motivos, jamais saberei.
Com a pergunta remoendo dentro de mim: "O que os move? Reflito sobre o que nos move?".
Nós, seres humanos, enfrentamos batalhas internas diárias, embora a maior parte de nós, brasileiros, nunca tenhamos sofrido diretamente as consequências do campo de batalha, vivenciamos a guerra internamente, dentro de nossas próprias fronteiras.
Elas ocorrem nas ruas, nos campos, favelas e na Amazônia. Elas se dão diariamente, desde os condomínios de alto luxo até as vilas mais pobres, desprovidas de recursos.
No turbilhão de nossas vidas diárias, nos deparamos com uma batalha contínua e silenciosa: a guerra interna do cotidiano. Embora não seja travada nos campos de batalha convencionais, essa luta é tão real quanto qualquer conflito externo. Enfrentamos desafios e obstáculos que testam nossa resiliência e determinação.
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Conexão não é convívio: um dilema contemporâneo O poder transformador da rotina Escolhas: quando o "não" é um "sim" e vice-versa A busca pela leveza: um equilíbrio necessárioQuem nunca ouviu as expressões: "Minha vida é uma luta' ou 'A vida é uma batalha'"?.
Qualquer coisa para algumas pessoas vira uma verdadeira batalha. A escolha da roupa, o restaurante, a mercearia. Um telefonema que precisa ser feito, sair de casa, realizar atividade física, exercer uma atividade prazerosa. Quais são essas batalhas que criamos espontaneamente, dentro e fora de nós, principalmente para nós? Qual é a guerra que vale entrar?
Na arena de compromissos e responsabilidades, buscamos equilibrar nossas vidas pessoais e profissionais, moldando nosso destino com cada decisão. Incertezas lançam sombras sobre nossos passos, mas enfrentamos o desconhecido com coragem e esperança, lutando contra a ansiedade e mantendo a calma.
As batalhas internas também emergem na busca pelo autodesenvolvimento, exigindo coragem para superar limitações e desafiar crenças arraigadas. Cada passo em direção ao autoaperfeiçoamento é uma vitória conquistada com autodisciplina.
Encontrar a guerra que vale a pena é uma jornada de autoconhecimento. Significa escolher batalhas com sabedoria, focando no que agrega valor, felicidade e significado à vida. Não é evitar desafios, mas abraçar aqueles que contribuem para a evolução. O conflito interno é inerente à experiência humana, mas cabe a nós determinarmos como responder a esses desafios.
Indo de encontro a esse pensamento, lembro da frase do filósofo Jean-Paul Sartre, citada no livro de Viktor Frankl: "%u2060Não importa o que a vida fez de você, mas o que você faz com o que a vida fez de você".
Frankl nos lembra que a capacidade de escolha e atitude mental são inalienáveis ao ser humano. A guerra interna muitas vezes coloca-nos em situações difíceis, onde emoções, medos e dúvidas parecem intransponíveis. Cada escolha, por menor que seja, contribui para a formação do destino. A sabedoria para moldar nossa narrativa está em nossas mãos.
O caminho em direção à autenticidade, ao amor-próprio, à autodescoberta é vitória contra as batalhas internas. Não controlamos todas as circunstâncias, mas controlamos nossas respostas.
Ao enfrentar as próprias batalhas internas, lembre-se de que você é capaz de escolher como se erguerá .
Assim, ao mesmo tempo em que o mundo é palco de guerras, cada um de nós também pode ser o protagonista da paz que busca, construindo-a dentro de si e irradiando-a para o mundo ao nosso redor.