O PSL, partido do presidente Bolsonaro, está dividido. Metade com o presidente da República e metade com o presidente – e dono – do partido, deputado Luciano Bivar. A deputada Joyce Hasselmann foi destituída da liderança do governo no Congresso porque apoia a permanência do líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir, e briga com o deputado Eduardo Bolsonaro, que a metade bolsonarista do partido quer na liderança. A briga desses dois, reconheçamos, segue fielmente a transparência que a Constituição exige para o serviço público. Como novo líder do governo no Congresso foi escolhido o senador Eduardo Gomes, do MDB; mais discreto, menos barulhento e com a experiência de já ter ocupado a estratégica 1ª Secretaria da Câmara. O líder do governo no Senado também é do MDB. Como se nota, o governo não está ligado apenas ao PSL.
Leia Mais
Apoiadores do crime não querem o pacote de MoroChega ao fim a barganha de cargos em troca de votos no ParlamentoLava-Jato deixa o Supremo na berlindaCPI das Fake news representa medo que os políticos tem de perder o poder O peronismo não é esquerda nem direita; é populismoBolsonaro em campanha falou em mudanças, inclusive nos partidos políticos – transparência, ideias e ideais, altruísmo a serviço do país, investimento do fundo partidário para construir base sólida municipal no próximo ano, quando serão eleitos 5.565 prefeitos. O PSL confiou que a tradição de não cumprir promessa de campanha prevaleceria. Bolsonaro não aceitou ser seu partido apenas como mais do mesmo e denunciou o fisiologismo interno. Frustrou-se com o sonho de que este partido iria servir de modelo para uma reforma política de atitudes e costumes. Metade permaneceu com a fisiologia antiga; a outra metade quer a modernidade da transformação, na busca de um país sério.
Os R$ 400 milhões são o tesouro que herdaram de Bolsonaro e que despertam o imediatismo. Mas em três anos acabarão seus mandatos e não terão a locomotiva que os rebocou. O pior dessa história é que esse monte de dinheiro vem dos impostos de todos; antes vinha de empreiteiras e outras grandes empresas, como um certo frigorífico, nem mercado de compra e venda de medidas provisórias, projetos, propinas, doações de campanha. O PSL é apenas um entre tantos partidos que não têm interesse em mudar essa vida fisiológica. Pergunte a dirigentes partidários quais são os princípios e doutrina. A resposta vai ser sempre a mesma: justiça social – se assim fosse, já teriam acabado as desigualdades no Brasil. Nas investigações, a Lava-Jato encontrou o mais abjeto fisiologismo em dirigentes e líderes de 14 dos principais partidos, o que confirma a triste situação que o eleitor de outubro tenta mudar.
.