Os governadores em seu Fórum decidiram procurar o presidente da República e depois o presidente do Supremo e os demais chefes de poder, na tentativa de diminuir tensões. Alegaram fazer isso pela democracia e pela Constituição. Como se sabe, democracia e Constituição são juntas. Se a Constituição não é cumprida, a democracia tropeça. Na semana passada, 14 governadores fizeram uma nota de desagravo aos ministros do Supremo e mencionaram a Constituição, mas não o motivo das críticas à Corte, que brotaram de reiterados desrespeitos a normas da Constituição.
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O "inquérito do fim do mundo" aberto pelo Supremo Tribunal FederalA Constituição Federal promulgada em 1988 já foi remendada 106 vezesNós lá fora: o que deteriora a imagem do Brasil no exteriorFracasso de manifestações mostra realidade para eleições de 2022Bolsonaro e as consequências do discurso contra o STF e a ConstituiçãoDia da Independência: manifestações em vez de paradasA liberdade é tolhida quando há medo do arbítrio. Atingir a liberdade de expressão é o primeiro alvo na direção de um regime totalitário. O medo que paira é uma forma de prisão. No Estado democrático de direito, uma Constituição não existe para garantir o estado, mas para garantir o cidadão, protegendo a sua liberdade ante eventual arbítrio de agentes do estado. Desde a Carta Magna imposta a João Sem Terra, assim é. Nós temos uma Constituição Cidadã que é fácil de ler, todos podemos conhecer os direitos garantidos e o papel de cada um dos três poderes - que estão a serviço do povo, origem e titular primeiro do poder.
Quando se defende a Constituição se está defendendo também os três poderes. Qualquer dos três que desrespeite a Constituição, está enfraquecendo seu próprio alicerce. A Constituição é o contrato maior da livre convivência. Quando não se cumprem itens desse compromisso, brota a tensão. Os governadores do Fórum bem poderiam relembrar o mote que garantiu a posse de JK: “Retorno aos quadros constitucionais vigentes”.