As narrativas, com a repetição e sem contestação, viram verdade. A maioria das notícias de depois do encontro, confirmaram isso. Estavam lá mais de cem embaixadores. Um deles me diz que sentiu falta de alguns asiáticos, que talvez não tenham entendido o convite. “Foi um encontro inusitado, de falar sobre política interna em plateia internacional. Mas, afinal, quem começou a internacionalizar o doméstico foi o próprio TSE” - observou.
Depois que terminaram os 50 minutos de exposição de Bolsonaro, o presidente conversou amistosamente com os embaixadores. Poucos saíram logo depois de cumprimentá-lo. Alguns saíram 20 minutos depois, outros ficaram uma hora na conversa com o chefe de Estado.
Para os vizinhos, o Brasil é a potência sul-americana e o resultado da eleição – na prática entre dois candidatos – vai definir os próximos anos. Vão contar que o presidente reafirmou que quer eleição limpa e transparente, para que não haja contestação; que os militares foram convidados para a Comissão de Transparência do TSE, mas suas sugestões de segurança, a fim de evitar outro hacker, não foram aceitas. “Ainda há tempo de adotar o que os militares da área cibernética sugeriram”, disse o presidente.
Por quê? Não seria mais fácil ter o comprovante? Todos ficariam satisfeitos e confiantes. E por que não aceitar sugestões para mais segurança? Seria dividir com os militares da defesa cibernética a responsabilidade pela segurança da apuração. O eleitor, certamente, quer que o voto dado seja realmente computado para seu escolhido. E a transparência precisa dar-lhe certeza disso. Afinal, eleição não é do TSE; é do povo, de onde emana todo poder. E a eleição é para decidir em mãos de quem ficará o poder político no Brasil. Imagino que os embaixadores observaram nos seus relatórios que o presidente, ao final, repetiu que eleição é questão de segurança nacional.